CPI dos Transportes – “Não estamos aqui para apontar culpados, mas temos que buscar soluções concretas e imediatas para resolver o problema”

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A CPI dos Transportes ouviu, na terça-feira, 8, Jorgelle Matos, presidente do SET

São Luís – Os números do desequilíbrio no Sistema de Transporte Público Coletivo de São Luís foram apresentados na última terça-feira (8) pela presidente do Sindicato das Empresas de Transporte (SET/SL), Jorgelle Matos Freitas, à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), que investiga possíveis irregularidades no sistema.

Jorgelle Matos apresentou um relatório onde consta todos os cálculos do Sistema, com quantitativo de trabalhadores, frota, número de passageiros pagantes, de gratuidade e usuários de meia passagem, e todos os demais custos e investimentos no setor. Os dados apresentados têm como base os sistemas oficiais de controle da Prefeitura: o de Bilhetagem Eletrônica (SBA) e o Sistema de Gestão de Frotas (M2M), com referência a janeiro de 2022.

Segundo ela, a população foi onerada com um aumento de 20 centavos no preço da passagem, que não resolveu o problema e ainda acirrou a crise no sistema. “Foi uma solução que não trouxe um mínimo de equilíbrio e só piorou a situação”, assegura a empresária, admitindo o caos gerado no Sistema de Transporte de São Luís.

Ela acusou o município de não cumprir o contrato, deixando as empresas no prejuízo, sem condições de operar dignamente e com qualidade o sistema, que é de responsabilidade do poder concedente (Prefeitura de São Luís). “Ao longo dos últimos cinco anos, o poder concedente não tem respeitado o contrato, sendo impossível para as empresas cumprir a sua parte. Mas esses descumprimentos podem ser corrigidos, caso o Município cumpra sua parte no contrato, com regras que ele mesmo estabeleceu”, assinalou.

Jorgelle Matos lembrou que, recentemente, houve mais dois aumentos no preço dos combustíveis em apenas quatro dias, e um outro aumento já está às portas, como anunciado hoje (10) pela imprensa nacional. Segundo ela, os combustíveis são ‘o grande vilão’ do desequilíbrio no sistema, somado-se a perda de passageiros em função da pandemia e o aumento do número de gratuidades.

A presidente do SET diz que nem sabe como as empresas estão conseguindo operar, mesmo tendo feito vários cortes para diminuir os prejuízos. “Estamos tendo que escolher o que pagar a cada mês. Ou a gente paga o combustível e os salários e não faz manutenção, e aí, no mês seguinte, faz a manutenção, e no outro paga o financiamento”, comentou.

A tarifa de remuneração do sistema está quase cinco reais (R$ 4,83) e a Prefeitura de São Luís não apresenta qualquer documento para mostrar como chegou ao valor de vinte centavos de aumento no preço da passagem. E ainda retirou o subsídio de dois milhões e meio, que estava cobrindo parte do prejuízo das concessionárias de transporte.

“Não estamos aqui para apontar culpados, mas temos que buscar soluções concretas e imediatas, pois quem mais está sofrendo com isso tudo é a população”, disse Jorgelle Matos, lembrando que como operadoras do serviço de transporte público em São Luís, as concessionárias têm que receber pelo serviço executado.

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