São Luís – Depois de contar sua história em livro, a transexual e formanda em Psicologia Raíssa Martins Mendonça dá mais uma prova de sua garra para enfrentar a luta contra o preconceito de gênero.
É que a maranhense está criando o Instituto Social e Cultural Raíssa Mendonça, pensado para prestar assistência a indivíduos em situação de vulnerabilidade social pertencentes à população LGBT, de todas as faixas etárias, desde que demonstrem a necessidade de serem orientados e acolhidos.
O Instituto Social e Cultural Raíssa Mendonça, com sede em São Luís do Maranhão, pretende ser uma entidade filantrópica, sem fins lucrativos, concebida, também, para amparar pessoas pertencentes a essa comunidade oriundas do sistema prisional maranhense.
As ações, sejam estas de curto ou longo prazo, serão postas em prática em parceria com órgãos públicos e privados e executadas em uma Casa de Acolhimento, local onde os assistidos receberão alimentação, apoio psicológico, jurídico, médico e orientação profissional, com a possibilidade de encaminhamento para ingresso em cursos profissionalizantes.
Integridade física e psicológica
A Casa de Acolhimento será um ambiente que, entre outros benefícios, garantirá a integridade física e psicológica dos assistidos, com respeito total aos seus direitos, para minimizar as conseqüências das situações de opressão e vulnerabilidade social a que eles estão sujeitos, uma vez que a maioria convive com o preconceito, a intolerância e a negação de sua identidade social, encontrando, inclusive, muitos obstáculos para sua inserção no mercado de trabalho.
“Nós não podemos aceitar que a população LGBT continue enfrentando dificuldades de toda ordem e tendo seus direitos desrespeitados. Precisamos arregaçar as mangas e acolher aqueles que realmente precisam e se encontram em uma situação de vulnerabilidade social. É um projeto que demonstra todo o meu amor pela causa”, disse Raíssa Mendonça.
O projeto leva em consideração, ainda, o impacto negativo do isolamento social em decorrência da pandemia do novo coronavírus, que é maior entre a população LGBT, conforme dados preliminares de uma pesquisa realizada pelo coletivo #VoteLGBT em todo o Brasil.
Os recursos empregados no projeto do Instituto Social e Cultural Raíssa Mendonça serão oriundos, em um primeiro momento, da comercialização da obra literária “O Outro Lado da Maçã”, um romance de autoria do jornalista Evandro Júnior e que narra a trajetória de vida e de luta da transexual idealizadora da entidade. Os exemplares estão à venda na Livraria e Espaço Amei do São Luís Shopping.
Além disso, o Instituto Social e Cultural Raíssa Mendonça contará com a ajuda da iniciativa privada, do poder público e de pessoas físicas que se sensibilizam com a difícil realidade da comunidade LGBT em situação de vulnerabilidade.
Desse modo, a Casa de Acolhimento do Instituto Social e Cultural Raissa Mendonça pretende oferecer um ambiente de acolhimento e empoderamento, por meio de uma assistência ampla, empática e humanizada.