SÃO LUÍS – O mês de outubro é marcado pela campanha Outubro Rosa, que reforça a importância da prevenção e diagnóstico precoce do câncer de mama, uma das doenças que mais afetam as mulheres no Brasil e no mundo. Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), em 2024 são estimados 74 mil novos casos da doença no país, sendo que a detecção precoce pode aumentar as chances de cura em até 95%.
Entre as mulheres com 50 anos ou mais, a atenção deve ser redobrada. A faixa etária mais avançada e histórico familiar são fatores que elevam consideravelmente o risco de desenvolver a doença. A idade é um fator de risco importante.
Além disso, mulheres que possuem familiares diretos — mãe, irmã, filha — com histórico de câncer de mama devem iniciar a rotina de exames de rastreamento antes mesmo dos 40 anos, recomendam mastologistas especializados em oncologia clínica.
O câncer de mama não tem uma causa única. Diferentes fatores, genéticos e ambientais, contribuem para aumentar o risco de desenvolvê-lo. A idade é um importante fator de risco. mulheres a partir dos 50 anos estão mais propensas a desenvolver o câncer de mama.
Outros fatores ambientais, relacionados a estilo de vida, como sedentarismo e consumo de álcool, também estão associados ao aumento do risco. Contudo, a predisposição genética é um dos fatores de risco mais bem estabelecidos.
A mamografia é o exame padrão para detecção precoce, recomendado a partir dos 50 anos para mulheres sem fatores de risco, e a partir dos 40 para aquelas com histórico familiar. No entanto, o avanço da medicina genômica está proporcionando novas ferramentas para identificar o risco da doença com mais precisão, especialmente para aquelas que possuem predisposição genética.
Genética na linha de frente
Com o advento da medicina genômica, a análise de mutações em genes como BRCA1 e BRCA2 ganhou destaque na prevenção do câncer de mama. Esses genes, quando alterados, aumentam de forma significativa as chances de desenvolvimento da doença, e o conhecimento prévio sobre essas mutações pode orientar medidas preventivas, como a intensificação da vigilância médica ou, em casos mais extremos, intervenções cirúrgicas preventivas.
No Brasil, laboratórios especializados, como o Laboratório Lacmar em sua Divisão Genômica em São Luís, têm se destacado ao oferecer testes genéticos que identificam essas mutações.
Segundo explica Elda Pereira Noronha Ávila, farmacêutica bioquímica e Ass. Científica do Lacmar Genômica, os testes genéticos analisam o DNA para identificar mutações que aumentam o risco para câncer de mama hereditário.
“Caso seja indicado, eles podem ser aliados no diagnóstico precoce e na avaliação de predisposição genética em pessoas saudáveis com forte histórico familiar da doença. O risco médio de uma mulher ter câncer de mama em algum momento da vida é de 7%. Esse risco é de 47% a 88% para mulheres que têm mutações nos genes BRACA1, BRACA2″, explicou.
Ela disse que o principal teste genético utilizado para detecção de câncer de mama hereditário é o exame de Sequenciamento de Nova Geração (NGS), que é o método utilizado no Painel de Câncer de Mama e Ovário Hereditários, oferecido pelo Laboratório LACMAR.
“Esse exame é realizado por meio de uma coleta de sangue ou de uma coleta indolor com swab bucal, e podem identificar alterações nos principais genes relacionados ao câncer de mama, como BRACA1, BRACA2, além de mutações em outros genes como o TP53, PTEN, CDH1, PALB2 e STK11, que também podem elevar o risco para câncer de mama. Este teste genético serve para confirmar se a causa do câncer é hereditária e para definir procedimentos e tratamentos preventivos, além de servir de alerta para a família do paciente, que deve seguir com medidas preventivas, como aconselhamento genético e acompanhamento médico regular”, detalha a médica Elda Noronha Ávila.