SÃO LUÍS – As mudanças climáticas estão cada vez mais fortes em todos os estados. E mais recentemente provocou uma alta das temperaturas em diversas regiões do país, incluindo o Maranhão.
E muito pior que o desconforto causado pela sensação térmica, as altas temperaturas podem ser prejudiciais à saúde, em especial para recém-nascidos, crianças e idosos. Entre os principais riscos causados pelas altas temperaturas destaca-se a Insolação, que é a exposição prolongada ao calor e que causa confusão mental, tonturas e até perda de consciência. A Exaustação por Calor – fraqueza, suor excessivo, dor de cabeça e calafrios – é outro sintoma bem comum, assim como a Desidratação, que é a perda de líquidos no corpo.
O pediatra do Natus Lumine Hospital e Maternidade, Dr. Alysson de Sousa Costa, observa quais são os principais sintomas da desidratação:
“O índice de água no corpo de crianças até os dois anos é muito alto, e tanto as crianças quanto os idosos, se desidratam muito facilmente. Então é muito importante a observação nos dias de maior calor, de sinais como boca seca, pele ressecada, e observar se a quantidade de urina está pouca” recomenda o pediatra.
Crianças maiores podem reclamar de dores de cabeça, náuseas, tonturas, apresentar urina mais concentrada e com certo odor, que são sintomas de desidratação.
“É bem comum a desidratação entre crianças que ficam muito tempo presas às telas do videogame e que deixam de ir ao banheiro, prendendo a urina e sem beber água por muito tempo. Isso também pode levar à desidratação, e já recebemos casos de jovens que tiveram lesões renais por falta de hidratação continuada” adverte o pediatra do Hospital Natus Lumine.
A criança, por ter muita água no corpo, tem facilidade em suar. Se a mãe perceber que o bebê ou a criança está com elevada sudorese, é recomendável medir a temperatura do corpo, que deve ficar até 36,5 e 37. E em paralelo, a orientação é a ingesta de líquidos para evitar a desidratação. Se for um bebê, recomenda-se aumentar o volume das mamadas. Se for uma criança maior, é preciso hidratar usando água ou ainda água de coco, sucos de frutas naturais como morango e melancia que têm muita água.
Segundo o Dr. Alysson, outro risco em tempos de muito calor, é o aumento das conjuntivites e das doenças respiratórias, causadas principalmente pelos adenovírus e rinovírus, que são comuns nos períodos mais secos.
“Quando o clima está muito seco, a poeira sobre muito no ar, e os alergênicos estão mais espalhados no meio ambiente. Todas as pessoas possuem um índice aceitável de aspiração desses poluentes, mas quando isso é ultrapassado, começam os quadros de doenças respiratórias. Quem tem asma e rinite sofre ainda mais. Outro caso comum é o ressecamento das narinas, causando algum tipo de sangramento. Por isso, em ambientes muito secos é bom beber bastante água, e também, lavar as narinas internamente” recomenda o pediatra.
Hipertermia
O médico lembra que além da desidratação, outro perigo é o da hipertermia – aumento da temperatura do corpo causada pelo calor excessivo – que pode acometer criança e adultos expostos ao calor intenso.
“Esse quadro de hipertermia vem secundário à desidratação. Como a pessoa desidrata muito rápido, ela não tem mais líquido no corpo” complementa o médico do Hospital Natus Lumine.
Em suma, em tempos de muito calor o ideal é tomar algumas medidas preventivas que vão proteger as pessoas, independentemente da idade, dos casos de insolação ou desidratação: Manter a boa hidratação com ingesta de líquidos como água e sucos naturais e evitar bebidas como refrigerantes que podem contribuir para a desidratação. Usar proteção solar com roupas térmicas e filtro solar no rosto e corpo; além de usar roupas mais folgadas e evitar as escuras que absorvem mais o calor. Manter crianças e idosos em locais mais frescos e com sombra, e evitar atividades ao ar livre em horários mais quentes. E nunca deixar crianças ou idosos sozinhos dentro de um veículo, mesmo que por alguns minutos, pois as temperaturas internas podem aumentar rapidamente.