São Luís – A advogada e professora Betty Maria Matos Aroucha, 44 anos, agredida após acidente de trânsito por um policial identificado como Redson Menezes Costa, 49, na noite de sexta-feira (21), está muito abalada, sob efeito de remédios e quase não consegue falar devido ao estado de choque.
O caso revela que a violência contra a mulher deve ser combatida diariamente. Na próxima sexta-feira (28), haverá manifestação em favor da vítima, com concentração às 8h em frente à Faculdade Supremo Redentor (FACSUR), em Pinheiro.
A agressão
O fato aconteceu em Pinheiro, quando ela e o também advogado Mariano Muniz Neto retornavam a São Luís, onde residem. Após se envolveram em um acidente de trânsito, na Rua Deodoro da Fonseca, no centro do município, os dois permaneceram no local para prestar socorro à outra vítima envolvida na colisão. Segundo testetunhas, Redson Menezes se aproximou e começou a discutir com Betty Aroucha, proferindo palavrões e ameaçando-a de prisão.
Betty registrou, em vídeo, todas as agressões verbais sofridas e pediu ao policial que a respeitasse. Foi quando ele partiu para agressão física, acertando-lhe um tapa forte no pescoço (assista ao vídeo abaixo).
Após a agressão, a advogada registrou Boletim de Ocorrência (B.O.) contra o policial civil na Delegacia Regional de Pinheiro pelo crime de lesão corporal praticada contra mulher, por razões da condição do sexo feminino, além de abuso de autoridade e injúria.
Ainda de acordo com testemunhas, o policial civil já é conhecido na região por se envolver em confusões.
OAB se manifesta
A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Subseção Pinheiro/MA, em nome do presidente Rutterran Souza Martins, tomou conhecimento do caso e enviou ofício ao delegado plantonista da Delegacia Regional de Pinheiro pedindo que o caso seja investigado.
No documento, a OAB requer a “adoção de medidas enérgicas e efetivas, para a apuração de eventuais crimes de agressão e abuso de autoridade, dentre outros, cometidos pelo policial civil em desfavor dos advogados”.
A Ordem pede, ainda, que, se confirmados os crimes, a Polícia Civil do Maranhão “adote todos os meios legais para a devida apuração, com a instauração do inquérito policial e futuro indiciamento, para que o policial seja devidamente responsabilizado com os rigores penais e administrativos da lei”.
O Centro Acadêmico de Direito da FACSUR (CADI-FACSUR), onde a advogada é professora, emitiu Nota de Repúdio às pelas agressões físicas e verbais sofridas pela advogada e professora. A nota diz que a violência deve ser sempre reprovada, especialmente quando praticada contra uma mulher.
“Nesse caso, ela é qualificada pela covardia do agressor e pela vulnerabilidade da vítima. O CADI-FACSUR se solidariza com a advogada e professora Betty Aroucha e esperamos que o caso seja apurado e o agressor seja punido com os rigores da lei”.