Crônica de José Fernandes: “Os Benfeitores”

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Lao Tsé, de quem surgiu o budismo

COMPARTILHO, com alegria e entusiasmo, de grandiosos desempenhos humanos, de conotações sociais e desenvolvimentistas, praticados neste e em outros países desta aldeia global.

Louvo as atitudes benignas de alguns brasileiros, homens e mulheres, como JK, Rui Barbosa, Oswaldo Cruz, Bezerra de Menezes, Ana Nery, Zilda Arns, Helder Câmara – estou citando só alguns – e, no Maranhão, João Mohana, Benedito Leite, Maria Firmina, Zuleide Bogéa, Aquiles Lisboa, Neto Guterres, Amaral de Matos.

Nos últimos anos, venho acompanhando, de longe, o proceder de certos dirigentes de nações e passei a nutrir certa admiração por José “Pepe” Mujica, ex-guerrilheiro tupamaro que passou quinze anos na cadeia e com o retorno do país à democracia, em 1985, recebeu anistia, voltou à política e foi presidente do Uruguai de 2010 a 2015, exercitando uma administração elogiável.

De uma simplicidade a toda prova e honestidade incomum, reduziu seu próprio salário e dispensou seus seguranças, dirigia e dirige um fusca tão velho quanto ele próprio, vivia e vive modestamente no seu sítio e nunca deixou de semear e cuidar da suas plantas e animais. Ultimamente senador, sentiu-se dispensável e renunciou ao cargo. Simultaneamente, também renunciou ao Senado outro grande ex-presidente paraguaio, Julio Maria Sanguinettie.

Ao se despedirem do Congresso, houve abraço fraterno entre esses dois líderes de ideologias opostas, ardente recado de civilização àqueles que teimam em manter um mundo de discórdia e mostrando que as grandes atitudes cívicas podem ser alimentadas pela saudável convivência, seriedade e transparência no exercício do poder, quando comandado por governantes sérios, quaisquer que sejam os regimes políticos que adotem.

Sempre que me surgem oportunidades, destaco o trabalho de altruísmo de estadistas do calibre de Barack Obama, que engrandeceu os Estados Unidos com seu governo sensato e competente – alguém já disse que o mundo democrático se tornou mais justo depois dele; de Nelson Mandela, por longos anos altivo prisioneiro que, livre, restaurou os brios do povo da África do Sul e soube tornar-se respeitado pelo consenso das nações; de Mahatma Gandhi, admirado pelos povos de todas as crenças e tendências, que, pregando a não violência, perseguido e preso, com fé, meditação e jejum tornouse herói e libertou a Índia da truculência inglesa, sobre quem Albert Einstein disse que “daqui há séculos talvez ninguém acredita que ele esteve entre nós”;  de Ângela Merkel, a maior estadista do nosso tempo, inspiração para Jacinda Ardem, primeira ministra de Nova Zelândia, que simboliza uma jovem e eficiente geração de primeiras ministras, como as que dirigem a Dinamarca, a Finlândia  e a Islândia.

Reverencio, sobretudo, as personalidades mais notáveis, surgidas nos interlúdios da História, incluindo heróis, mártires e virtuosos que lutaram e se sacrificaram pela humanidade, mencionando, em primeira linha, as excelsas figuras que habitaram este planeta, forjadores de civilizações, partindo, em primeira plana, da imagem icônica que nos evoca Jesus de Nazareth, o mais iluminado ser humano encarnado.

Dentre vários, cito o filósofo chinês Lao Tsé (falecido há 531 anos a.C.); Buda (563-483 a. C.), de quem surgiu o budismo; Confúcio, inspirador do confucionismo, que viveu no século VI a. C.; e, sobretudo, Sócrates e Platão (a.C 470-399), os mais eminentes filósofos gregos, precursores dos estudos morais, éticos e espirituais.

Lembro, ainda, os meus outros ídolos, inatos, particularíssimos, que também evoco, silenciosamente, nos esconsos secretos de meu coração, buscando neles estímulo e inspiração.

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