São Luís – “O drama é um vício da humanidade. Ainda é pequena a probabilidade de o evento ocorrer. É um alarde muito grande. Este cenário cataclísmico foi publicado há muito tempo e é algo extremamente hipotético. Nenhum dos valores seria crível de aposta. Está sendo gerado um pânico sem necessidade”, declarou o oceanógrafo e professor da Universidade Federal da Bahia, Guilherme Lessa, em entrevista ao jornal baiano Metro1, referindo-se à probabilidade de tsunamis nas regiões Norte e Nordeste do Brasil com a erupção do vulcão Cumbre Vieja.
Ele afirma, também, que o estudo feito pelo portal MetSul Meteorologia considera o deslizamento de 500 quilômetros cúbicos de massa no oceano, o que é bem raro de ocorrer. Fora isso, o nível da maré e a forma de propagação de onda também são impossíveis de medir, o que torna a hipótese do estudo mais difícil de ser realizada.
“É muito difícil dizer qual seria a realidade caso o deslizamento ocorra, porque tem muitas variáveis em jogo”, frisou.
O autor do estudo que viralizou na imprensa e nas redes, geólogo Mauro Gustavo Reese Filho, concorda que estudos mais recentes afirmam que as possibilidades de ocorrer tsunamis “são remotas e longínquas”, mas que é preciso cuidado. “O estabelecimento de sistemas de alarme possibilitam a evacuação de áreas e é justificável quando se trata de vidas humanas”.