São Luís – Quase dois anos de pandemia foram suficientes para uma revolução no mundo da administração de empresas, segundo o consultor e professor Ricardo André Carreira. Docente da Universidade Federal do Maranhão (UFMA) e diretor acadêmico da Faculdade de Negócios Faene, ele analisa que algumas organizações não conseguiram buscar alternativas para se manter no mercado e outras faliram, mas a maioria resistiu e “salvou” seus negócios.
“A pandemia nos ajudou a compreender a nossa capacidade de resistir às mudanças e, mais ainda, a descobrir nossos pontos fracos e fortes. Assim foi com as empresas brasileiras e estrangeiras. Muitas organizações conseguiram crescer sobremaneira em meio a essa turbulência, a exemplo daquelas ligadas ao comércio eletrônico, as quais associaram suas ações físicas às virtuais. Outras inauguraram novos mercados e se consolidaram de uma maneira espetacular”, explica Ricardo Carreira.
Magazine Luiza e o próprio Mercado Livre são exemplos de empresas nacionais que obtiveram sucesso em meio à crise sanitária, na análise do consultor. Ele enfatiza que o período serviu para ressaltar a importância do papel do administrador de empresas no geral, que é a peça chave para o sucesso de qualquer organização.
“O administrador precisa se reinventar, mais do que nunca, tanto aqueles que já atuam no mercado quanto aqueles em formação. Isso ficou escancarado durante a pandemia. Adaptabilidade, flexibilidade, formação continuada, resiliência e capacidade de formar redes são algumas das caraterísticas que o mercado, a partir de agora, passa buscar nesses profissionais com mais ênfase”, destaca.
Decisões
Ricardo Carreira diz que ficou provado que as decisões precisam ser estratégicas e amparadas no cenário em que se vive naquele determinado momento. Questões como a ampliação da cultura digital, colaboração, propósito da marca e trabalho remoto estão ainda mais presentes e pedem profissionais com um outro olhar.
“A pandemia foi um divisor de águas e enfatizou que, definitivamente, estamos na era das tecnologias e das ferramentas digitais. O home-office é um exemplo. Ele ampliou possibilidades, reduziu custos e se mostrou necessário e decisivo. É um modelo, inclusive, que continuará a ser empregado por algumas empresas e instituições de ensino. É claro que muito mais pelas instituições de ensino superior do que por aquelas do ensino fundamental”, frisa.
Transformações
As transformações no mercado, de acordo com o consultor, tendem a acontecer em intervalos mais curtos de tempo, sempre pautadas a partir da perspectiva do cliente. O profissional terá que estar preparado para essas mudanças, segundo ele, e não poderá ficar amarrado a um único modelo.
“O profissional de administração terá de ser adaptável e apto a atuar em múltiplos contextos. Um empreendedor, mas com competências para atuar em assessorias e consultorias, antenado em tendências de formação tecnológica e que entende as principais demandas que o mundo tem para a sua recuperação”, analisa.
O professor chama atenção para o fato de que o administrador, mais do que nunca, precisará estar preparado para gerenciar momentos de crise e apresentar soluções para tomada de decisões assertivas e inteligentes. “As empresas são as protagonistas da economia e do ambiente de negócios e uma boa condução gerencial tornará mais fácil a superação desse momento”, finaliza.