São Luís – Se a atuação do fisioterapeuta durante a internação hospitalar do paciente acometido pelo Coronavírus é indispensável, após a volta para casa ela é ainda mais necessária. Um estudo realizado por pesquisadores brasileiros, divulgado na publicação norte-americana Trends in Neuroscience, aponta evidências de que as consequências da Covid-19 vão muito além do que é visível, afetando até mesmo o sistema nervoso central.
Ao serem infectados pelo Coronavírus e desenvolverem as formas mais graves da doença, os indivíduos são afetados em diversas áreas do organismo, trazendo prejuízos para os sistemas cardiovascular, pulmonar, músculoesquelético, gastrointestinal e renal.
Devido a isso, o processo de reabilitação desses pacientes se torna mais complexo e demorado, e, sem a ajuda da fisioterapia, algumas sequelas da doença podem permanecer pelo resto da vida.
“É fundamental que o paciente de Covid faça fisioterapia pós a alta hospitalar, pois, quando este paciente fica internado por um longo período de tempo, alguns efeitos do imobilismo são instalados nele, como perda de massa muscular e das capacidades pulmonares. Sendo assim, a fisioterapia é essencial para recuperar essas condições pulmonares e motoras”, explicou a professora Beatriz Marroquim, coordenadora do curso de Fisioterapia da Faculdade Florence.
Qualidade de vida
Nesta fase de retorno, é necessário seguir rigorosamente com os exercícios fisioterapêuticos em casa, a fim de devolver a qualidade de vida do paciente e possibilitar a retomada de sua rotina diária. “Fazemos exercícios respiratórios, pois, no pulmão, por exemplo, eles podem desenvolver quadro de fibrose pulmonar, decorrente das lesões causadas pela doença, movimentação das articulações, que, dependendo das limitações do paciente, podem ser feitos movimentos passivos, ativos ou resistidos e deambulação”, complementou a professora.
Entre os exercícios realizados para a recuperação da capacidade motora, muitos são voltados para a devolução de massa muscular, resistência e condicionamento ao paciente. “Eles podem ser realizados com ou sem peso, a depender da condição momentânea do paciente. Já para trabalhar a parte respiratória, são realizados exercícios chamados de expansão pulmonar, que melhoram a ventilação, o volume a capacidade do órgão”, concluiu.