São Luís – “O Brasil passa por um momento econômico difícil, de incertezas, mas é preciso resistir e buscar soluções criativas para que, de certa maneira, a engrenagem não pare”.
A afirmação é do empresário e consultor de negócios maranhense Ricardo André Carreira, para o qual o cenário é difícil, mas a melhor opção é desenvolver ações integradas e táticas de gestão que possam melhorar o fluxo de caixa neste momento de queda na demanda.
O consultor diz que a situação é extremamente delicada e perigosa, onde sofrem mais os países sem estrutura, a exemplo do Brasil. Ele explica que a crise é causada, fundamentalmente, por um problema de caixa. Na medida em que a população se vê forçada a circular menos e evita sair de casa, o consumo de produtos e serviços tende a ter uma queda significativa.
“Os países melhor estruturados, cultural e tecnologicamente, conseguiram enfrentar essas turbulências, inclusive com táticas de gestão. É o caso de Singapura, da Alemanha e da própria China, que tomaram medidas efetivas para conter a propagação do coronavírus”, diz Carreira, que também é diretor geral da Faculdade de Negócios Faene.
Acessibilidade – Segundo Ricardo André Carreira, no entanto, as empresas precisam encontrar uma maneira de tornar o seu produto mais acessível, ou seja, uma alternativa de fazê-lo chegar aos clientes, sem obstáculos. Ela enfatiza que as medidas emergenciais e criativas são importantes até que o Brasil vivencie a pós-pandemia e a economia volte a se estabilizar em níveis similares aos anteriores à crise.
“O mais importante é a preservação do emprego e da renda, acima de tudo. As empresas têm de lembrar aos clientes que aquele produto ou serviço poderá não estar disponível em sua totalidade naquele momento, mas que, mais tarde, será restabelecido. Também precisará pedir a ajuda aos seus colaboradores. E nesse contexto, a figura do líder tem um papel chave dentro das organizações. O cliente, por sua vez, por mais que esteja sofrendo, precisa acreditar em seu fornecedor”, diz.
O consultor aconselha as empresas a não cancelarem os serviços que oferecem e a não deixarem de investir. Ele explica que, com a queda do faturamento, será preciso negociar com os fornecedores um melhor prazo para cumprir os compromissos e essa negociação pode trazer o fôlego necessário para manter em dia os gastos e despesas que não podem ser adiados.
“Busque uma alternativa, negocie, peça numa quantidade menor, busque facilidades para pagar em outro momento. O importante é não abandonar. Os empregadores também terão de se esforçar para tentar manter seus colaboradores e salários, mas sem colocar a vida deles em risco. Outra dica é investir na criação de perfis da empresa nas principais mídias sociais. Caso a empresa ainda não conte com ferramentas de venda online, esse é o momento de começar. Faça uma pesquisa das diferentes plataformas disponíveis no mercado e escolha a que mais se encaixa ao seu propósito”, continua.
Conforme Ricardo Carreira, uma alternativa inteligente é utilizar esquemas de rodízio, redução de carga horária, sistema home office, entre outras medidas. “Todos precisam se unir por um mesmo ideal. É preciso sustentar a organização, para que ela resista”, frisa.
O consultor lembra que o Brasil já enfrentou diversas outras crises ao longo da história, inclusive econômicas e políticas, como ditaduras e pequenas, médias ou grandes revoluções. “Com muita criatividade, força e união, vamos mantendo, também, o equilíbrio emocional. Sejamos otimistas. Não vamos julgar, pois ninguém tem culpa do que está acontecendo”, aconselha.