Trilha: 

Nós tínhamos um voto: “até que a morte nos separe”. Eu acreditei, sabe? Acreditei (com todas as minhas forças) em que eu veria você envelhecer, perder os cabelos. Nós brincaríamos sobre nossa aparência e sobre a quase utopia que é imaginar que nos faltasse um dia de libido. Eu comecei a traçar sonhos e planos que só faziam sentido a dois. Quando alguém entra em nossa vida, esse passa a também ser nossa vida – E, meu bem, você, mesmo partindo assim como um rompante de insanidade, ainda continua a ser.

Eu, sinceramente, queria entender sua decisão. Não há uma compreensão lógica em você prosseguir sem mim. Eu peço que lembre os dias em que essa sua decisão não faria menor sentido. Eles servem justamente como cura para quando o cansaço e o desânimo chegarem. Se aí dentro de você existir uma dúvida, que está partindo você em vários pedaços, não parta, fique. Pois eu a envolverei tão forte no meu abraço que você se sentirá inteira novamente.

Que valem agora todas essas glórias, se eu não posso ter você no brinde? Que vale o sucesso, se nosso amor ficou cansado, pediu um tempo e chegou ao fracasso? – Não, não me venha com essa história de que foi bom enquanto durou e de que fomos importantes um para o outro. Não consigo sequer imaginar outro cara segurando sua mão quando está esperando sua vez de ir ao dentista. Você tem pavor, e isso, para alguns, pode ser idiotice, mas você sabe que eu sempre estaria ali, para os grandes e pequenos medos também. Por que não? Viver num mundo em que eu não seja o ponto de fuga, em que você precisa procurar quando o caos bater à porta, é como se, de repente, a teoria da gravidade fosse refutada. Tudo estaria ao contrário e nada mais faria o menor sentido. Eu quero e preciso continuar a ser quem bagunça sua cama e arruma o seu coração. Há gente dizendo que você volta. Há gente dizendo que você não volta. E eu?  Nem queria que você fosse. Nem queria que você passasse, porque, para mim, o que passa é vontade. Amor precisa e merece ficar.

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Nosso grande parceiro, Caio Morelli, interpreta mais uma dose daquelas de arrepiar. 

Trilha:

Há música, poesia e várias doses de carícias aqui, nesse apartamento. Há uma lista repleta de filmes no Netflix e alguns livros que eu quero que você leia. Há um colo sereno, de coração acelerado, para você deitar, logo depois que o dia no trabalho sugar toda sua vontade de viver. Aqui, pra você, há um cafuné revigorante que vai trazer respirações mais ofegantes e um cansaço reconfortante. Há um violão faltando uma corda, com um tom meio baixo, que é para sussurrar qualquer letra sem sentido, só pra dizer que o que faz sentido aqui é você.

Há tanta coisa aqui que, se você soubesse, nem acreditaria. Eu tenho percebido seu jeito divagante, como quem está cheia de dúvidas se esse lugar é realmente seu. – Eu sei, já passei por isso. É assustadoramente lindo saber que você vai acordar com a mesma pessoa todos os dias.  Que vai dividir tudo -e mais um pouco- com essa pessoa. E se a gente esquecer os clichês românticos, é ilógico pensar que, um dia, ninguém vai enjoar ou, pelo menos, cansar de tudo e querer entregar os pontos. Certamente, para você, que me lê dizendo isso, soa estranho, né? É que sempre que vinham essas dúvidas.

Eu ia contra as leis da Física e mergulhava mais em você. Daí, eu sempre descobria- mais ao fundo -uma nova razão para me reapaixonar, um novo motivo para continuar a amar você. É irracional estar sem forças e, ao invés de ir para margem, mergulhar um pouco mais. Mas é assim que o amor funciona: VOCÊ PRECISA IR ALÉM, IR UM POUCO MAIS. A gente precisa descobrir uma nova camada por baixo daquilo que acha que é tudo que existe. Sempre há um pouco mais para se dar e um pouco além para se descobrir.

Meu amor, se ainda assim você estiver temerosa, ou achar que chegou ao seu limite e que não tem forças pra mergulhar um pouco mais, segure minha mão, eu respirarei por você. Eu darei a você o meu fôlego e, se preciso for, até meu pulmão. Eu posso nadar por nós dois. Há tanta coisa pra gente descobrir, que você só saberá se decidir ficar – Ah, a propósito, aqui também há uma sobremesa que eu preciso ensinar a você, e uma receita que só vai ficar boa, se você estiver aqui, me ajudando. – Afinal, quem é a melhor do mundo em usar o liquidificador?

#DQ52 #Espalheamorporaí

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Trilha: 

https://www.youtube.com/watch?v=q0iJlB8VeKk

Estou do lado oposto da avenida em que você passa todos os dias. Talvez isso explique o porquê de, mesmo eu sendo tão desastrado, nunca ter esbarrado em você. Não só esbarrado, como derramado café quente no seu vestido, na hora em que você está a caminho do seu primeiro dia no trabalho. – Café? Não. Seria suco de caju. Mesmo eu nem gostando de caju, por sinal. Mas eu sou tão desastrado que, certamente, estaria levando para algum amigo justamente suco de caju. Só porque hoje seria dia de esbarrar em você. Não imagino outra cena: o universo tem mania de conspirar contra mim.

Nós moramos relativamente perto. Duas quadras separam nossas casas. Trabalhamos em prédios vizinhos, mas há um muro de Berlim entre nossas rotinas. Eu, com minha mania de sempre chegar atrasado. E você, com sua mania de sempre chegar adiantada. Assim, nós e nossos desencontros tão sincronizados me fizeram, por vezes, acreditar que jamais a conheceria. É sempre assim: eu chego correndo no ponto do metrô, e você já está sentada lendo algum livro de amor. Enquanto eu pago a conta no restaurante, você passa de costas para escolher a sobremesa. A gente nunca se encontra e, assim, nos contentamos em preencher nossas vidas com figurantes. Pessoas que até são ótimas companhias, mas que sempre faltava alguma coisa que nem a gente sabia. – Quer dizer, no fundo, a gente sabe. Só não admite – porque parece coisa de adolescente – acreditar que há alguém vagando por aí, que não precise de tantas adaptações e que vai nos amar do jeitinho que nós somos. Dessa forma, a gente vai mentindo para nós mesmos a fim de afastar o fantasma da solidão. Mas, cá entre nós, quer pior solidão do que aquela quando estamos acompanhados?  

Um dia, tudo muda, e o relógio da vida, de tantos pequenos atrasos, finalmente dá uma volta por completo. Daí, você vai esquecer as chaves dentro de casa e se atrasará. Vai perder a hora do metrô e me encontrar. Almoçaremos juntos e pediremos a mesma sobremesa. Você vai sorrir e pensar que só você pedia mousse de limão, e isso é só o começo do que temos em comum. Mais tarde, chamaremos de acaso esse seu atraso. Nós nos surpreenderemos de não termos nos esbarrado antes. Você se perguntará por que eu demorei tanto e eu direi: “Eu estava aqui o tempo todo, só você não viu”.

#DQ51 #espalheamorporaí

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Trilha:

Não. Não dá pra chegar e soltar um “eu te amo” como se fosse um movimento involuntário. Ou como quando você, sem querer, pisa o pé de alguém e, mais do que imediatamente, diz: “oh, desculpe”. Nem deveria usar quando, depois daquele beijo que você mal consegue parar pra respirar, sente a língua coçar pra soltar essa frase. É que momentos únicos sempre pedem declarações especiais. Mas um “eu te amo” é muito mais que especial. Eu te amo é singular. Isso nem de longe quer dizer que você só ama uma pessoa. E sim, que você só ama AQUELA pessoa, daquele jeito.

Quem nunca segurou um “eu te amo”, depois de uma tarde fria, com direito à chuva, desenhando gotas de arco- íris na janela? Quem nunca segurou um “eu te amo”,depois de uma noite de corpos exaustos e uma alma sã? Se você é desse tipo de pessoa: parabéns! Nós engolimos essas palavras. Não por não ter coragem de dizer, ou covardia em não dizer- como quiser. Engolimos porque sabemos o peso que elas têm. Nós que já ouvimos isso no passado (e hoje, parece ser uma lembrança de outra vida -só de distante que estamos de quem nos falou) sabemos o oco que fica, depois que o “eu te amo” não faz mais eco.

Há sempre uma filosofia de aproveitar ao máximo a vida. Eu mesmo sou adepto dela- claro, que com a devida consciência de minhas consequências. Mas tem algo que eu quero guardar. Tem algo que eu preciso guardar. Esse “eu te amo” que, volta e meio, meu corpo tenta por pra fora, a ponto de quase sentir uma ânsia e o estômago embrulhar, continuarei a segurar. E se eu posso segurar é porque eu não preciso dizer, porque eu não sei como. Mas eu sei que quando for amor de verdade, mesmo que eu queira, não conseguirei me conter. Será mais forte do que qualquer coisa. Será o refluxo de uma alma inundada de sentimentos, despejando o meu melhor- sem medidas. Tal como quem aprende a falar: de uma vez, TODA VEZ.

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Trilha:

É necessário mudar várias vezes para que, no fim da vida, você continue sendo você. Porque ela é feita de uma constante mudança em que nossa (única) forma de sobrevivência é a adaptação. Assim, eu me mudei para abraços frouxos que, no fundo, eu sabia que não eram para mim. Morei em casas enormes, mas nada aconchegante – aconchego precisa de toque, tato, calor. De que adianta morar num castelo se ele for vazio? Foi então que eu descobri que a gente muda gosto, religião, time de futebol e alguns, até o sexo. Mas, algumas coisas, a gente tenta, torce e até reza pra não mudar. 

Eu não gosto do seu exagero quando reencontra um amigo. Às vezes, me constrange, mas, no fundo, eu invejo essa sua capacidade de externar o que guarda no peito. Eu não gosto dos seus atrasos. Eu sempre confio no seu “tô chegando”, (mesmo que isso seja um código feminino para: “tô escolhendo minha roupa e ainda nem fui para o banho”). Eu não gosto da sua mania de rir alto demais na sala do cinema. Isso faz a gente sempre ser o centro das atenções- e não consigo lidar com isso. Mas, por outro lado, essa sua risada exagerada é contagiante e sempre me faz querer  calar você com um beijo daqueles. Eu não gosto de dormir de conchinha. É confortável pra você, mas eu acordo sempre achando que perdi os movimentos do meu braço. Eu não gosto de brócolis. E não adianta por azeite e dizer que é saudável, que eu não vou achar melhor o gosto.

Eu poderia listar um monte de coisas de que eu não gosto. E se eu a conheço bem, você não se incomodaria e até tentaria mudar. Porque se tem algo que eu amo é essa nossa vontade mútua de sempre se encaixar. Mas, pensando bem, você não precisa mudar. Na verdade, nós somos esse emaranhado de coisas e a nossa relação não segue um caminho retilíneo: somos um ponto fora da curva e um trem sem trilhos, que vaga rumo à felicidade. Aqui, 1 + 1 nem sempre é dois – pode ser 10, 20, 30 ou  quanto a gente quiser que seja. Somos essa pluralidade tão singular em cada detalhe, que eu jamais  pediria para você deixar de ser assim. Porque você é a mudança que eu precisava ter. É o lado oposto mais disposto e dado ao encaixe. São essas diferenças que nos fazem sermos NÓS: sem deixar de ser  A GENTE.

#DQ49 #espalheamorporaí

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Trilha: 

https://www.youtube.com/watch?v=CCIfQXNWJXs&w=560&h=315

Já conheci pessoas que me fizeram querer esquecer essa história de ter alguém pra vida toda. São os famosos erros que colocam em xeque futuros acertos, que não aconteceriam, caso não tivéssemos errado. Todo mundo quer ir pro céu, mas ninguém quer morrer logo. Todo mundo quer a sorte de um amor tranquilo, com direito a rugas, netos e jantar às 17 horas. Mas, no fundo, é assustadora a ideia de ter alguém para sempre, pelo menos pra mim. Eu sou do tipo de pessoa que não consegue assistir a um filme repetido e mudo o caminho que faço de volta pra casa, só pelo simples prazer de mudar.  Esse tipo de pessoa parece o contraponto de avós felizes e amorosos, que moram no interior e mal ligam a televisão.

E se eu não encontrar ninguém? Se eu não tiver ninguém pra encontrar? Alguém com o espírito cigano de ser de todos os lugares e não pertencer a nenhum? Eu até já tentei fazer a linha convencional: passar no vestibular, ser funcionário público, ter uma vida social, pagar contas e viajar quando der. Mas o que eu quero mesmo não tem nome. Eu sonho tanta coisa e ao mesmo tempo que, talvez, a minha felicidade não resida no conquistar meus sonhos:  mas apenas em vivê-los. E, na plenitude de meus devaneios, ser coroado rei de meus próprios erros e inquietudes.

Já conheci pessoas que não gostam de chocolate. – Sério. Umas são até alérgicas. Eu falei C-H-O-C-O-L-A-T-E! E você aí querendo agradar todo mundo. Em um mundo onde existem pessoas assim, isso me parece burrice. A verdade é que você não é obrigado a encontrar ninguém, assim como ninguém é obrigado a encontrar você. Não há nada para ser esperado, nem muito menos para ficar (des)esperado, porque, no fim das contas, como diz o dito popular : “quem espera sempre alcança “. Mas esperar o quê? Não há uma promessa de encontro cármico a ser cumprida, nem um destino pronto de felicidade eterna. Cá entre nós: ainda bem que não. Essa é a chance que o universo nos dá para sermos autores da nossa própria história.

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Trilha:

Hoje, no último dia do ano, chegamos ilusoriamente ao limite da exaustão. – Sim. Digo isso porque, no fundo, não há nada de novidade no dia de amanhã. Mas há sim, indubitavelmente, uma esperança descomunal aflorando dos corações mais incrédulos, dos corpos mais fatigados e das almas mais consternadas. Um ano novo se revela feito página em branco. Ele vem chegando com aquele cheirinho de livro novo e aquela hesitação deliciosa de formigueiro na boca do estômago. Somos tomados pelo sentimento mais nobre que a humanidade pode sentir: a fé.

Pela fé, rabiscamos um ano repleto de sorrisos e ousamos desenhar curvas que, talvez no decorrer do ano, não teremos coragem para tal. Essa fé é a que vai nos fazer abraçar aquele parente distante, que mora na mesma cidade. – Sim. Nós e nossa mania, de estarmos sempre correndo atrás do que não temos, perdemos oportunidades de saber que tem gente nossa sorrindo, chorando, ganhando e perdendo. Gente nossa que poderia ser curada com esse abraço que fazemos, quase como um ritual. Nada contra o abraço de fim de ano, mas é que qualquer dor sempre fica pequena dentro dele. E, assim, nós poderíamos curar e ser curados todos os dias do ano. Eu vejo o Sol raiar e todo mundo no mesmo pique, como se não tivesse passado a noite em claro. – Como assim? A resposta é simples.

Nessa época, há almas dispostas a amar. Há braços desejosos para abraçar, e corações dispostos a perdoar. Há, no ar, um clima de renovo, uma fé quase que palpável. E nós, por alguns momentos, esquecemos o espelho e olhamos para o lado. Drummond parabenizou o ser que fatiou o tempo em meses, industrializando assim a esperança. Quem sou eu pra discordar? Um novo ano, um novo ciclo inicia e alguns terão suas energias sugadas logo na primeira semana. Outros, por sua vez, manterão por mais tempo esse sentimento dentro do coração. Faremos talvez, se assim nos for permitido, as mesmas promessas do ano passado. Isso, para alguns, pode ser sinônimo de que falhamos. Para mim, é o apogeu de nossa esperança. É o ser humano sobrevivendo à hostilidade do mundo e criando o mecanismo responsável pela nossa sobrevivência: a fé num amanhã muito melhor.

Não tenha medo, receio ou vergonha de refazer as promessas não cumpridas, de desengavetar os mesmos projetos e de tomar de volta o que esse ano lhe usurpou. Talvez, você acorde amanhã sendo a mesma pessoa que você é. Ou talvez, você possa acordar pra ser quem você quer que seja.

Felizes novos dias de 2016. Continue espalhando amor por aí.

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Trilha:

Era uma vez e continua sendo a maior história de amor que o mundo já viu. Muito mais que qualquer estória aqui já escrita. Muito além do que a nossa imaginação consiga chegar, ou como diria Shakespeare: “além da nossa vã filosofia”. Esse amor poderia ser eternizado nos versos dos grandes poetas da época, mas preferiu ser imortalizado pelas mãos de pessoas tão cheias de falhas, que poderiam até ser eu, ou mesmo você. O dono desse Amor veio contrariar todas as expectativas, ensinando uma verdade que parece outra língua. Seu povo esperava tanta pompa quanto furor, mas numa manjedoura nasceu um Rei que exalou amor. Que falou de amor. Espalhou amor: Ele é amor.

O tempo passou e o menino prodígio estava agora os mestres da época a ensinar. Chamaram-no de louco por sua única lei ser a de amar. Amar como princípio, amar como fim. Amar a todos sem distinção, e isso incluiu também a mim. – Sim, a mim. Ou você não acha que é um mandamento amar a si? Foi isso que ensinou ao povo e à Madalena quando mandou os sem pecados a pedra lançar. A pedra não fora lançada. Pelo contrário, fora rolada. E, assim, quem estava morto, pode ressuscitar. O morto agora passou a viver. Estava melhor do que antes! Isso porque por onde esse Rei passava, havia uma graça abundante, um amor contagiante, cuja dimensão nos constrange. E mesmo com este favor imerecido, ainda sim, não o livrou de, com um beijo, ser traído: vendido pelos próprios que Ele havia escolhido. Como uma presa, fora capturado. Levado como escárnio para a cruz do calvário. – Por qual crime Ele fora condenado? São tantos juízes, mas sequer algum advogado? Por preço irrisório, míseros denários, o Rei do amor fora comprado. Alguns trocados foram à barganha, talvez porque amor não se compre e nem se vende: amor se ganha. E esse, em especial, se recebe de graça, em graça e por graça. 

Sua Vida foi estender a mão e esconder as pedras, colocando sempre a graça e o amor como sua única filosofal regra. Aqui vai um adendo: um dia, você vai precisar de alguém. Espero que a mesma mão de quem você estenda pra ajudar, aprenda a caminhar e o ajude a levantar quando você vier a cair. É uma sensação mágica ser ajudado por quem tanto você ajudou. Não que você deva esperar como uma regra ou uma recompensa. Mas o universo costuma ecoar o amor que a gente dispensa. Lembre que o aniversariante de hoje se deu de presente para estar presente, não só hoje, nem só agora – mas para sempre. Nem Noel daria algo tão valioso: um dom perfeito de amar a si, como aos outros.

Feliz natal e #espalheamorporaí <3

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Trilha:

Eu vou te ligar às 3, às 5, às 9 e às 10. Eu sei que, em alguma hora, vais olhar que tem uma ligação perdida, ou vais ver o telefone tocando.
E, mesmo sabendo que sou eu do outro lado, cheio de amor, tu não vais atender. Antes que penses que isso é cruel, tu nunca me iludiste que seria diferente ou me prometeste algo mais. É que, pra mim, teu pouco é sempre algo a mais, e eu me viciei nas tentativas de torná-la minha um dia.

Eu puxo papo e banco o palhaço. Tu ris e me olhas, como quem quer segurar palavras, que amanhã poderá se arrepender de dizer.
“Ela não está pronta”, eu penso. Aposto no tempo, repenso. Nasce uma dúvida angustiante: se o que eu vejo é menos do que é, ou se o que eu sinto é muito mais além do que seja. Ouço: “Ser humano gosta mesmo é de sofrer”

– Sério?

Não, eu não gosto de sofrer. E se há quem goste, eu não conheço. Mas o que eu não gosto mesmo é ter que admitir que perdi. Por isso, me convenço tanto a continuar a tentar. Então, eu continuarei a te colocar em meu caminho, mesmo que tu sempre busque os teus próprios atalhos.
Sei que, pra ti, isso é errado – chega ser até pecado. Mas me deixa errar e não tenta entender! Pois minhas tentativas não são só pra ganhar. São tão somente pra não te perder.

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