Quem sabe outra hora? | #DQ 77

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Trilha: 

“Hoje, não!” (Vou colocar exclamação, mesmo detestando isso). Mas é que hoje, não! Hoje não dá mais.
Você já não tem a mesma leveza e amor pela vida. A gente cumpre protocolos e segue levando uma rotina, em que se estar feliz é apenas não brigar por coisas vazias. A gente sempre foi mais que isso, ou, pelo menos, eu sempre achei que fosse. Eu sinto saudades de você, de como a gente sabia se encaixar até nas situações mais embaraçosas. Sinto saudades de como você tinha cuidado em viver cada instante de nossos momentos. Sinto saudades de aguardar você vir pra casa, com o relógio em mãos, pra acompanhar a hora e me martirizar por ele ser tão cruel em demorar a passar. Eu sinto saudades do medo de perdê-la. Do medo de você conhecer outro cara, ou de me olhar, como o resto do mundo me olha, e ver que eu não passo de um romântico sonhador. Eu sinto saudades desses detalhes que fazem a gente querer estar sempre perto. Sinto saudades desses exageros e pretextos criados, só para ficarmos juntos e fingirmos que estávamos respeitando o limite de espaço um do outro.

Eu, que já tinha me esquecido de como é não gostar e não pensar em você, agora me pego tentado a me convencer de que nosso tempo não passou. E de que nossa música não cessou e de que ainda podemos continuar a dançar num loop infinito.
Ah, menina! Se, ao menos, eu pudesse me trair e fingir que isso tudo que eu sinto não é nada… Mas, você sabe, meu bem. Eu sempre sinto as coisas de forma intensa e exagerada. É como eu sempre digo: “Se o amor chegou por acaso, ele deveria permanecer de propósito”. Porque, no fundo, a gente não é obrigado a absolutamente nada. Somos nós, na verdade, quem decide se vai ou não continuar.

Hoje eu deixo você. Parece um parto precoce, mas o que eu tô tentando é deixar saudade. Quem sabe, o tempo não a transforme em motivo pra voltar, para, um dia, a gente ter a chance de se encontrar novamente? Num outro momento, num outro encaixe, de um novo jeito? Então, eu estou indo, antes que não sobrem nem expectativas de, num futuro próximo, a gente se esbarrar e reinventar uma maneira de voltar. É loucura, eu sei, essa história de terminar, pensando em voltar. Mas, eu estou trocando a certeza de um fim evidente pela possibilidade de ter você novamente. Dessa vez, não mais pra momentos, mas (quem sabe?), pra sempre.

 

#DQ77 #espalheamorporaí <3

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Dê um tempo ao seu coração | #DQ76

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Após uma grande queda, se tem um forte impacto. Eu já sei: você pensou que iria começar esse texto falando sobre você se reerguer e usar alguma frase do tipo: “quem cai sete, levanta oito”, né?

A verdade é que ninguém se levanta imediatamente. Precisamos sentir a queda, sofrer o impacto para, aí sim, decidir qual a hora de levantar. E isso não seria diferente nos relacionamentos. Você pode até não sair por aí, pegando geral. Mas, uma hora ou outra, você ficará tentado a fazer isso. Quando falta qualidade, se compensa na quantidade. Porque você experimenta várias roupas pra saber qual melhor veste você, não é mesmo? Daí, vamos do varejo para o atacado. Fazemos do outro, consumo. E de nós mesmos, mercadoria.  Percorremos as sessões abarrotadas de opções. Baixamos os aplicativos que aproximam as pessoas por preferência e que promovem uma seleção algorítmica, no que você deve ou não gostar. Como um passe de mágica, ou melhor, com um triscar de teclar, temos, diante do nosso vazio, um turbilhão de perfis compatíveis, classificados de acordo com nossas necessidades.

Deve ser por isso que incutimos, de forma quase robótica, a necessidade de ter um relacionamento perfeito. Nada contra quem se vale da tecnologia pra conhecer novas pessoas. Mas confesso que sou da moda antiga. Desses que vão preferir uma dose de acaso, com os dedos cruzados, um encontro às cegas, pra descobrir se ela gosta das mesmas séries, das mesmas bandas ou da mesma comida. E se não, que novidade vai trazer? É bom sentir a tensão que se faz por trás das cortinas do primeiro encontro. É que nele sempre rola uma espécie de show de Truman. As pessoas vestem não só as melhores roupas. Vestem sorriso, vestem alegria. Algumas até vestem uma personagem – não por maldade, mas, talvez, só pra poder se encaixar nos tais “algoritmos”.

 

Depois das primeiras frustrações, que, muitas vezes, impedem casais promissores de dar o primeiro passo, caímos em contradição, e aí começa toda confusão. Todos falam ao mesmo tempo. Você fala quem pensava que ela fosse, quem ela é e quem ela acha que é. E vice versa. E a conversa, que era pra ser a dois, fica a seis. E aí “cês” já imaginam o fim da história! Casais promissores se perdem antes mesmo de se encontrarem. Tornam -se dessincronizados pela pressa, desarmônicos pela simetria, que só Deus sabe que existe. “Ele não é vegetariano”, “ela não gosta de futebol”, “ele acredita no socialismo”, “ela é isso, aquilo…” Mal sabem que são essas diferenças todas que os livrarão da monotonia, que é conviver com o espelho. E essa é a história dos romances não vividos. Dos amores que sucumbiram antes de serem erguidos. Histórias ímpares de casais que se apartaram, antes mesmo de virarem par.

 

#DQ76 #espalheamorporaí <3

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O quanto eu gosto de você | #DQ75

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Trilha: 

Sabe? Já faz um tempo que eu fiquei com a mania de olhar você em silêncio, com um olhar que a envergonha e se esconde em meu abraço. Faz tempo que eu viajo pra dentro de você nesses segundos, enquanto a olho. Já faz tempo que eu procuro um lugar melhor pra repousar meu olhar. Você sabe: eu não gosto desse sentimento de dependência. Estar com você, em você, olhando pra você é estar bem. E estar bem é estar em casa. Eu poderia dizer que me perco em seu olhar. Porque, no fundo, é o que todo mundo diz quando se está irremediavelmente apaixonado. A gente perde o juízo, o fôlego, a noção. Mas a verdade é que eu não estou nenhum pouco perdido. É completamente o contrário. Estou convencido de que, pela primeira vez na vida, eu me encontrei.

E eu me encontrei dentro de um olhar, que, de mistério, não tem nada. Eu sei que seria mais bonito e poético dizer que seu olhar é mistério. Mas seu olhar é claro, transparente e sem nenhum enigma. Não há o que descobrir e, por incrível que pareça, isso não é nada entediante. Eu sei que a maioria de nós sempre espera um amor criptografado, com tons de cinza e camadas de mistério. O ser humano possui certa paixão platônica pelo desconhecido. Eu sei, eu também era assim. Isso tudo é verdade até chegar uma época da vida, em que a gente perde toda essa excitação pelos códigos e jogos de sedução, que algumas relações podem nos oferecer. Chega uma época da vida em que a gente quer mesmo é marasmo, conchinhas, pipoca, meias, brigadeiro de panela e até filme repetido da Sessão da tarde.  A gente troca qualquer perfume por aquela camisa velha com cheiro de suor. Cá entre nós, que perfume consegue superar o calor do amor?

Eu não sei o quanto eu gosto de você, mas sei que é um pouco além da linha que existe da autoproteção. Eu gosto mesmo de olhar você, menina. Gosto de olhar no fundo dos seus olhos, a esperança de um futuro bom, um lugar tranquilo e algumas coisas bagunçadas, tipo uma sala com marcas de tinta, feita por mãos pequenas. Tipo uma montanha, desbravada por um pequeno aventureiro, que possui um olhar tão tenro quanto o seu. Tipo umas cobertas jogadas ao chão, que testemunham o quanto pode ser boa uma rotina de amor.

#espalheamorporaí <3 #DQ75

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E se você fosse música? | #DQ74

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Eu, hoje, acordei querendo encaixar você em algo que existe. Não pra limitá-la – eu sei que você abomina as formas, afinal, sua alma é livre. Mas pra entender se você realmente existe. Entender se, por alguns momentos, eu deixo de ver você e passo a criá-la e imaginá-la numa rima perfeita, harmônica e equalizada. Eu miro você em espectro de perfeição. Eu a pus em versos de poesias e descobri que nem a rima rica se compararia ao seu valor. Eu a pus em notas de violão e percebi que não existe tom que alcance a voz do meu sentimento. Eu a pus em quadros, pintando, a sete cores, algo que pudesse imprimi-la em tela. Em vão. Falta cor, sobra tinta. Há um arco-íris de adjetivos em cada gesto que você faz. Há uma aquarela de sentimentos, que não há coisa no mundo que dissolva. Nem mesmo em pinturas abstratas ou impressionistas, eu conseguiria imprimi-la, porque nos faltaria emoção, cor e, principalmente, esses detalhes gigantescos que a fazem ser única.

 

Eu não encaixei você em nada – mesmo que eu sempre veja você em tudo. Meu amor, você é um mundo! E que vasto mundo! Você é aurora que desperta minha alma escura. Você é um rio encantado que flui cura, para um ser entorpecido de fugacidade. E esse poder inaudito não me assombra. Do contrário, estou impávido, mesmo vendo brotar de um corpo seco e árido um sorriso perdulário. E desse coração infértil nasce um novo amor, uma nova vida.

 

Eu sigo bestializado pelos seus encantos, como criança, que se perde no parque de diversões. Há mulheres que nos fazem homens. Há outras que nos fazem menino. Eu, que sempre fui amigo da razão, maturidade e sapiência, me pego a exigir de você mimos e colo, como se tivesse tomado por carência? É… há aquelas que nos arrebatam, nos deixam tolos. Que mais faz um homem crescido, fazer manha, birra e até bico, do que esses amores? Que papel bizarro! Pra quem caçoava dos amores rasgados, eu estou em completo desalinho. (E não me envergonho ainda de dizer que faço das tripas, coração, só pra ganhar alguns mais carinhos!) Que lógica ou poesia explicaria isso? É que alguns sentimentos não estão no papel, muito menos nos livros. Estão guardados em nós. Enraizados nos traços mais primitivos. Traços esses que nos rebaixam a racionalidade, mas nos fazem muito mais felizes e vivos. Talvez você seja música. Talvez você seja rima. Talvez você seja a oitava arte que o mundo tanto espera pra deixar de ser ímpar.

 

#DQ74 #espalheamorporaí <3

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ESSE TAL “VIVER EM PAZ”. | #DQ73

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Trilha: 

https://www.youtube.com/watch?v=RCemstzfNak

Quando eu pensava em um lugar para ficar em paz, imaginava que o único barulho seria o canto dos passarinhos, ou o marulho das ondas que, valseando com os ventos, me embalariam para um silêncio aconchegante. Pensei que em todos os dias haveria um céu ensolarado, que refletiria o mar e que minha única preocupação seria em brincar de desenhar em nuvens, formas e curvas aleatórias. Pensei que estar em paz seria um recôncavo de tranquilidade, em que os dias passariam sem ter com que me preocupar com o amanhã. Ou ainda, um lugar onde o ar fosse tão puro, que eu poderia até sentir quando adentrasse nos pulmões. Parece que paz é o fim. Parece que paz não combina com essa vida agitada, aqui na Terra. É muita gente sem vida, vivendo para lá e para cá, sem saber bem o porquê disso. Gente que não vive, apenas existe. Eu sempre associei a imagem de paz ao Éden. Mas, às vezes, Deus prepara um paraíso diferente, porém não menos especial.

Em meio a um deserto de opções, eu achei um oásis. Achei um paraíso que redefiniu todos os conceitos de paz, ou pensando bem, me mostrou o que, de fato, é estar em paz. Ele me olhou com aqueles olhos penetrantes e conversou com minha alma. Parece que eles se entenderam de cara. Por falar em cara, eu me sinto aterrorizada – Que paz é essa que você vende nesse sorriso, menino? Eu não ouço os ventos, nem marulho. Na verdade, eu só ouço as batidas do meu coração, que pululam em ritmo mais frenético do que de uma bateria de escola de samba. É um barulho aconchegante, uma mistura de prazer e agonia. É uma paz com vários tons e camadas de desassossego, que não traz só segurança, traz também um pouco de medo. Medo dessa paz partir e de trazer o frio que se instala na minha barriga, também no meu coração, podendo deixá-lo gelado e sem vida.

Se você é paz, amor, paraíso, eu já nem quero mais saber. Só não quero que você seja passageiro, que seja meu por inteiro, até o dia que o pra sempre tiver de acabar. Quero que instaure essa paz agitada, fazendo do amanhã uma certeza imprevisível. Eu quero essa bagunça que você sabe fazer como ninguém. Quero essa sensação de estar na iminência de um infarto, de tentar respirar fundo e parecer que falta ar. Porque, afinal, sem você não tem ar, graça e nem paz. Eu quero essa paz que você traz, cada vez que você chega.

 

Página 135 do nosso primeiro livro. Gostou? Então, as vendas do segundo lote voltam na próxima semana. E você, que é de São Luís (MA), pode confirmar sua presença clicando aqui no evento e garantir seu exemplar autografado com um preço especial!

 

#DQ73 #espalheamorporaí

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Não precisa me completar | #DQ72

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10 COISAS QUE EU ODEIO EM VOCÊ

Trilha: 

https://www.youtube.com/watch?v=WYdUgB7Tnv0

Sonhei com um alguém totalmente diferente de você. Sonhei que seria mais alta, menos ciumenta e mais empolgada. Sonhei que teria um jeito louco em me convencer a faltar compromissos e a atrasar reuniões, só pra amá-la um pouco muito entre as cobertas. Sonhei que teria um beijo doce, com um hálito afrodisíaco, desses que despertam o sono e espertam a libido. Sonhei com uma deusa disfarçada de mortal, dessas que fazem parar o trânsito e que fazem os amigos ficarem elogiando.

 

Nós, homens, ainda com um complexo de grandiosidade, sempre sonhamos com alguém que preencha vários requisitos. Fazemos, mesmo que inconscientemente, uma lista de predicativos que a nossa “cartada final” deverá ter. É bobagem, mas a verdade é que ninguém (absolutamente ninguém) fica com alguém sem interesse. Rotulamos o ser de “interesseiro”, apenas quando isso se dá na questão do dinheiro. Mas e quando o interesse é pela inteligência? Quando é pela beleza? Quando é pelo humor? Seja lá qual requisito que você esteja buscando, todo mundo se relaciona com aquilo que tem interesse. E, veja bem. Não há mal algum em ser assim. Apenas assuma que isso tem algumas consequências.

 

O problema de se esperar alguém com uma lista é que não se dá atenção para outras opções. Você se fecha no seu mundo de tal forma, que qualquer outra opção parece ser errada. É como se você tivesse apenas uma receita, uma chance, uma pessoa pra ser feliz. Encontrar alguém não é como ir ao supermercado com uma lista de compras. Não deveríamos ir atrás de coisas pra nos abastecer. Amar não é achar o que completa e sim, o que se encaixa. E, acredite se quiser, não é uma diferença sutil entre o que completa e o que se encaixa. O que completa você trará aquilo que falta e, para alguns, isso pode até parecer ser um encaixe. Já quem se encaixa, pode ser que não cumpra todos os requisitos de sua lista -aliás, talvez não cumpra nenhum. E, ainda sim, você se sentirá satisfeito. Porque a graça está nas novidades que o outro traz. Nas mudanças que esse alguém pode/deve fazer em sua vida. Ter um amor é ter outra vida pra chamar de sua e uma série de novidades pra descobrir e se encantar. Há, nesse mundo de peças soltas, poucas peças pra se completar. Mas há várias para se encaixar e tentar ser feliz.

 

#Espalheamorporaí <3 #DQ72

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Alguém como você | #DQ71

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Trilha: 

Eu detesto revirar você em minha mente. Até porque nunca sei se isso é prova de que nunca o esqueci ou se é porque eu já consigo esquecer – mesmo que apenas por alguns poucos momentos do meu dia. Eu estou em frente à sua casa, que, um dia, já foi nossa. Você esbanja um sorriso novo e aquela camisa velha (que eu sempre reclamava quando você queria vestir). Estou a alguns metros de você, mas, mesmo assim, me sinto tão distante quanto o dia que deixei de ser sua. Eu queria que você me olhasse novamente. E, por alguns segundos, queria que não me visse como um erro, uma tentativa frustrada. Seria muito pedir a você pra não olhar nosso passado e me ver como um presente? Eu queria olhar dentro dos seus olhos e ver que, pra você, também não acabou. Mas e se eu olhar e não me ver em você? E se você já conseguiu seguir sem mim? E se, por uma falha do destino, a sua vida melhorou tanto que você sequer lembra que eu existo?

 

Não me entenda mal. Não é que eu queira que sua vida dê errado. É que, pra mim, o certo é ter você aqui. Comigo. Ao lado. Qualquer felicidade, qualquer pessoa, qualquer beijo, qualquer momento não fará sentido se não tiver você. Eu queria que você também pensasse assim. Mas o tempo muda tudo – e isso é um saco! Ontem, éramos um bilhete premiado, a sorte grande de uma vida toda. Planejamos uma vida, regada a vinho, carinho e viagens. E, hoje, eu sou apenas a passagem, que o levou pra um novo lugar. Um lugar tão lindo, que faz parecer errado pedir pra você voltar.

 

Hoje eu estou olhando para o céu, pedindo a Deus alguém como você. Alguém com os mesmo erros e defeitos que você jurou não mais cometer. Eu mal sabia que eles me fariam tanta falta. Por favor, tente me guardar numa gaveta velha, no porão da sua casa. Não precisa ir me ver todos os dias, mas sempre que bater saudades. Faça igual a mim que, vez ou outra, entra escondida no Facebook pra ver se você ainda está bem. Faça igual a mim, manda notícia através de amigos em comum, que eu vou entender o recado. Faça igual a mim, que mantenho, ainda intacta, a promessa de orar por você todas as noites. A verdade é que, por mais que você não me queira, não precisa não mais me sentir. E mesmo que eu não o mereça, eu não preciso deixar de amar você.

 

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Não é o durante que importa? | Dose de Quinta

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Trilha:  

Uma leitora do DQ me fez o desafio de falar sobre a melhor fase do relacionamento: a fase da conquista. Quem me conhece, sabe que se há algo de que eu gosto nessa vida, depois de limonada, é de desafio. Então, após ser desafiado, comecei a escrever o que seria “o melhor texto do DQ”. Tentei criar um texto com muitas borboletas no estômago, inúmeras surpresas e com a impaciência que só os apaixonados sentem, ao ver que a mensagem já foi visualizada há 3 minutos e, até agora, nenhuma resposta dela. (“Será que falei besteira?”). Queria rechear o texto com as dúvidas que toda paixão nos traz. Você começa a questionar tudo. Sabe por quê? Porque parece que NADA, absolutamente nada do que fizer vai ser suficiente. Você não se contenta em fazer nada MENOS QUE EXTRAORDINÁRIO pra quem você quer conquistar. Foi aí que eu fui invadido por uma dúvida. Por que essa é a melhor parte? Não deveria ser.

 

A fase da conquista é ótima, mas não é o durante que importa? É o durante que dá vida ao pra sempre. Todo relacionamento dá certo – até acabar. Às vezes, nem acaba o amor, acaba só a fase da conquista. Você, que antes nem conseguia chamá-la pelo nome (pois todo dia era sempre um apelidinho carinhoso diferente), hoje, sequer a procura? Foi aí que eu entendi que as pessoas superestimam a fase da conquista por ela ser carregada de incertezas. O ser humano gosta desse sentimento de desbravamento de um novo mundo. Toda mulher é um universo particular e peculiar de nuances, que, cá entre nós, faz uma combinação quase fatal com cabelo preso e sorriso solto. Não é à toa que grandes expedições eram romantizadas em poemas épicos: navegar é preciso, viver não é preciso”. As grandes expedições sempre seduziam pela descoberta do novo, negligenciando todo e qualquer risco (tal como aquele da terra realmente ser quadrada e, no fim, caírem em um abismo nas terras do além-mar). Eles queriam provar o novo, independente do preço que fosse pago por isso – quiçá com a própria vida. Dizer que navegar é preciso e viver não é preciso é a síntese dos casais que se perdem após chegar à terra firme. São, dessa forma, parceiros de descobertas e não, de vida. Tom Hanks, ao interpretar Chuck Noland, no filme “O náufrago”, arriscou a própria vida por Wilson. Será que ele teria a mesma atitude se estivessem em terra firme? Ou Wilson seria chutado da vida dele?

 

Ei, cara, vai querer perder essa mulher, que você fez tanta força pra conseguir conquistar, assim, tão fácil? Tudo bem que chega uma fase em que fazer coisas inéditas é uma missão quase impossível. Mas quem disse que precisa ser inédito pra ser especial? Repetir os presentes e declarações do começo é uma forma especial de mostrar que tudo aquilo, que parecia incerto e precipitado no começo, se eternizou. Por que você tira fotos? Pra se lembrar dos momentos que você jamais deveria se esquecer, né? Então, confie em mim. O amor tem dessa magia: ser inédito até na rotina.

 

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Ainda que fosse erro, eu tentaria. | #DQ70

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"The Final Page, Part One And Two" -- With Christmas fast approaching, Barney (Neil Patrick Harris, right) tells Ted that he plans on proposing to Patrice, which leads Ted to debate whether or not to tell Robin (Cobie Smulders, left), on a special one-hour episode of HOW I MET YOUR MOTHER, Monday, Dec. 17 (8:00-9:00 PM, ET/PT) on the CBS Television Network. Photo: Ron P. Jaffe/Fox ©2012 Fox Television. All Rights Reserved.

 

 

O momento é agora. Amanhã é muito longe: talvez a gente nem chegue até lá. Então, me deixe ser seu agora. Ainda que o caminho que me leva a você seja torto e repleto de incertezas, eu quero correr o risco de percorrê-lo. Deixe-me ficar na tentativa de achar que a gente vai enganar o destino e sabotar o cupido. Deixe-me acreditar que a gente vai conseguir fugir pra algum lugar, onde nosso amor não seja pecado. Fique aqui. Eu pego o violão pra cantar pra você não ir embora. Eu quero tirar de você meus melhores acordes, minhas melhores notas. Entre aqui, nesse quarto, que já foi palco dos nossos maiores espetáculos a dois. Não faça desse lugar, que já foi céu, apenas um museu de emoções e colecionador de memórias. Faça novamente comigo. Eu escondo o relógio, e você esquece as horas.

 

A gente se esbarra todo tempo e, enquanto você põe culpa na rotina, eu ponho no acaso. Vai dizer que também não achou estranho, a gente ser sincronizado até nos atrasos? Que sinal a vida precisa dar pra você se permitir tentar? E, ainda que fosse errado, eu tentaria. Você e sua mania de achar que alguém no mundo vai prometê-la uma vida inteira de felicidades! Não seria muito mais fácil ser feliz hoje e agora do que esperar essa tal cara-metade? Enquanto você para e espera isso, eu estou querendo você de corpo e alma inteiros, e de segunda à sexta-feira – que é pra no fim de semana a gente brincar de saudade.

 

Olhe pra mim, mas não olhe como se eu fosse culpado do que sinto – pois eu não sou. Esqueça a lógica desse mundo louco, em que, quase sempre, a gente deve explicar o óbvio. Faça da minha paixão um combustível e exploda esse medo de não dar em nada.  Vai dar em tudo pra mim, desde que dê com você. Se há um pouco de paixão aí dentro, não disfarce e nem me faça descobrir charadas. A gente está perdendo tempo de ser feliz – faz tempo.

 

#DQ70 #espalheamorporaí

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AMANHÃ EU TE ESQUECEREI | #DQ69

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Trilha: 

Sério. Eu estou te esquecendo. Tuas lembranças não são mais tão amargas e as lágrimas, que molhavam tuas cartas, deram lugar a um esboço de sorriso. Esboço, sim. Não dá pra gargalhar como antes até a barriga doer. Eu tô tentando ser feliz – mesmo que bem pouco. É o melhor que, no momento, eu posso fazer. Eu acordei e não me lembrei de te esquecer. Escovei os dentes e liguei a TV. Caminhei em direção à cozinha e, por um momento, eu me senti tão livre que resolvi ligar o som pra dançar, enquanto o café ferve – você sabe, eu adoro cozinhar ouvindo música! Fazia muito tempo que não me permitia isso. Talvez porque uma parte de mim acha injusto cantar, enquanto, por dentro, eu só quero chorar. É um luto que reluto em lutar.

 

Liguei o rádio, já no último volume, e fui traída pela playlist. Tu e tuas músicas, que falam de saudade, me invadem novamente. E, antes que eu cante qualquer estrofe, o café ferve. Eu sinto um cheiro forte – ah, e quem me dera se fosse de café! És tu, em mais uma de tuas invasões. E sequestrada pela tua saudade, cativa, feito uma refém qualquer, lá vou eu…pra mais um dia que não te esqueci, pra mais um mergulho no que tu deixaste. Lá vou eu… abrir o Facebook, pra ver se tu estás realmente feliz. Lá vou eu… tentar descobrir algum pedido de socorro nas entrelinhas de teus posts ou, quiçá, um sorriso amarelo, que seria prova de que tu não estás tão bem assim sem mim. Eu me sinto ridícula em te dizer isso (pior é do que dizer é sentir). Falta coragem pra te esquecer hoje. Sobra vontade em te querer amanhã.

 

Eu me sinto à beira de um precipício, andando na corda bamba e tendo que atravessar de um lado para o outro. No meio do caminho, tu gritas, lá de baixo, pedindo pra que eu pule. Eu sei, eu sei. Tu não me dás certezas alguma de que vais me segurar, mas teu chamado não é e nunca foi convite. Eu sempre me senti intimada a te atender. Mas eu juro que, amanhã, eu te esquecerei. Amanhã, eu cantarei a plenos pulmões e vibrarei com a minha alma, atestando com minha mente, que eu consegui te esquecer. Amanhã, eu tomarei café sentindo cheiro de vida nova e dando adeus às tuas memórias. Amanhã, eu juro, amanhã. Não entendas meu amanhã ao pé da letra. Amanhã é qualquer dia depois do hoje. Porque, hoje, eu ainda estou ridiculamente querendo ser tua. Hoje eu continuo querendo me lembrar de ti.

 

#DQ69 #espalheamorporaí

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