Se paredes têm ouvidos, as desse bar tem os cinco sentidos. Nós falamos, mas também queremos te ouvir. Metade de mim é o que escrevo, e a outra metade são vocês. Então, manda aí aquela sugestão, critica ou desabafa qualquer coisa. A conta? Deixa que eu pago.
Desculpe estou um tanto atrasado, porém antes tarde do que nunca, né? Feriadão passou e acordei com aquele espirito nostálgico, afinal, um pouco de nostalgia de vez em quando não faz mal a ninguém. Mas como diz o ditado, é impossível mergulhar no mesmo rio duas vezes, pois as águas passam e tudo muda a cada segundo. Eu sei que eu chamei isso de nostalgia, mas é que chamar de saudades soaria muito sentimental e eu preciso manter a pose de que você não faz falta, de que você não é tão necessária quanto, no ápice de nossos delírios apaixonados, julgamos ser um ao outro. Eu tenho que sorrir pra mim e para os outros e fingir que suas postagens não me afetam nem um pouco, que sequer leio. Mas a verdade é que eu sei quando você conseguiu seu primeiro estágio, tirou sua habilitação e eu não sei porque cargas d’água eu esperei receber uma mensagem me contando isso. Eu sei que as coisas começaram a se encaixar e que você está vivendo um momento daqueles em que cada dia é como uma vida inteira, cheio de novidades a cada minuto, bem diferente da rotina das tardes de terça feira que a gente tinha, rotina, que ironia né?! Eu que sempre falei que detestava isso, acabei por assistir nosso amor cair em uma rotina enfadonha que o fez fenecer. Foi uma forma cruel da vida me ensinar que tudo passa e o tempo muda tudo. Esse mergulho em um mar de nostalgia (leia-se: saudades) me fez perceber que passado é um bom parâmetro de observação e que nem tudo que acaba é porque deu errado como também nem tudo que é pra durar vai ser para sempre. Eu te confesso que passei muito tempo olhando pro passado, sempre de longe, mas dessa vez eu visitei os nossos lugares, revivi nossos planos e sorri de nossos erros. Dessa vez, sem nenhum pesar ou mágoa, não fingi que saudades era nostalgia e nem que a tristeza era alegria, apenas fiquei feliz por você continuar a ser minha, mesmo que agora em forma de poesia.
Quem nunca desenhou uma pessoa “perfeita” e fez a coletânea dos atributos físicos e de personalidade de varias pessoas não sabe a diversão que está perdendo. Estou falando de quando você tenta imaginar na mesma os olhos da Megan Fox, boca da Jolie, o sorriso e corpo da Paola Oliveira, (cá entre nós, se fosse só a Paola já chegaria perto dessa perfeição toda). Isso é fruto do que o imaginário masculino nos oferta. Mulheres com carões incríveis e de personalidade inabalável são as melhores. Sempre olhando por cima, elas nem precisam de um cara porque já são perfeitas e autossuficientes… você sempre vai ser o cara que namora a mulher perfeita, nunca haverá igualdade nessa relação. Ela vai postar um bom dia no facebook e ganhar 2000 likes e um zilhão de comentários. Vocês vão ser, costumeiramente, elogiados nas fotos, quer dizer, vocês não, ela. Ela fica bem até com o Chuck Noland em sua fase de naufrago, meu caro. Você que está lendo esse texto, se for mulher, já pode ter sonhado ou estar sonhando em ser essa “perfeição” toda. O que quero dizer é que por mais que isso passe vez ou outra na cabeça dos homens, nós não temos essa ambição toda, pelo menos não deveríamos ter. Eu, por exemplo, sou menos exigente no quesito “perfeição”. A saída da adolescência me fez trocar o perfeito pelo necessário e isso me aproximou do ideal. Hoje, eu ainda quero que ela seja independente e segura, porém que não seja intransponível, que eu possa entrar em seu mundo e assustar seus monstros interiores. Não importa se ela usa social, jaleco ou farda, se usar rabo de cavalo com um óculos de grau, ganha alguns pontos a mais. Óculos tendem a trazer um mistério instigante, pelo menos pra mim. A seriedade que eles trazem desaparece com seu belo sorriso largo, daqueles que todo rosto ilumina e me da a falsa sensação de que o mundo parou de girar. O batom discreto e o perfume suave me lembram do melhor lugar do mundo, o seu abraço. Ela não precisa mais dos olhos da Megan, porque hoje eu admiro olhares e não a cor dos olhos. Ela não precisa ter um sorriso digno de propaganda da Colgate, se ela sorrir largamente, sem medo de fazer careta e fechar os olhinhos durante essa gargalhada gostosa, já está perfeito. Ela não precisa ter um corpo escultural, precisa saber jogar com meu imaginário. Eu a deixo gostar mais do meu labrador que de mim – sempre confio em quem ama cachorros e eles retribuem. Gosto de quem faz careta no espelho quando esta sozinho, que aumenta o som do carro e faz da mão um microfone e do banco do carro um palco.
Você busca alguma coisa ou alguém? Essa pergunta de trivial não tem nada. É daquelas que você lê umas três vezes para começar a desenvolver uma resposta. Honesta, é claro, pois não vale dar de ombros para a pergunta nem se esconder em um subterfúgio qualquer. Por vezes, a vida nos oferece oportunidades de embarcar em historias que rompem com os padrões sociais. Talvez a forma mais autêntica de buscar a felicidade seja não se preocupar com quantos likes você vai ganhar no Instagram ou quantos elogios você vai receber de seus amigos e familiares sobre a beleza dela. Essa busca por se encaixar nos padrões ofusca oportunidades incríveis e aventuras inimagináveis.Esse sentimento, que muitos alimentam de relacionamentos perfeitos e com selfies em câmeras que valem mais que tais amores não deveria fascinar ninguém. Mas a sociedade sempre arrota que parecer é tão importante quanto ser. Em alguns tristes casos, vale até mais do que o próprio ser. Não fique cego ao procurar alguém perfeito a ponto de se afastar do que de fato foi feito pra você. Quando o amor é condicionado ao que você recebe em troca não é amor, é gratidão. Quando você deixa de procurar coisas e começa a procurar pessoas você descobre que a foto não precisa ser postada para ser eternizada, que a combinação Netflix com pipoca de micro-ondas é tão boa quanto o almoço na Outback ou o café na Starbucks. Você começa a admirar olhares e não a cor dos olhos. Olhares… sabe a diferença? Aquele olhar que antecede o beijo, quando você percebe que é necessário fechar os olhos para dar asas à imaginação. Admire gargalhadas e não “carões publicitários”. Então cuide bem do seu amor, seja quem for.
Todos os dias pessoas passam por nossas vidas. Algumas nos trazem risos, outras nos roubam o juízo. O fato é que todos trazem e levam alguma coisa. Hoje vou falar um pouco das coisas que um certo alguém trouxe. Com seus olhos morenos emanando ternura, me trouxe paz. Uma paz diferente, pouco menos tranquila que o conceito que eu tinha do que isso significava. Aliás, você trouxe um pouco de música também. O “se” do Djavan, o exagero do Cazuza e a metade do Oswaldo. Você trouxe um pouco de insegurança, que eu não seria bom o suficiente. O amor tem dessas coisas. Ser apenas suficiente não combina. Queremos sempre mais, esperamos sempre mais de nós e dos outros. Trouxe a calma e a segurança, com um jeito que parece se desprender de qualquer defeito. Trouxe um sorriso bobo e uma gargalhada gostosa, um desses sorrisos que ilumina o rosto todo e me traz uma sensação de que o mundo para toda vez que você sorri. Trouxe manias, nada convencionais por sinal. Limpar o bigodinho (buço, eu sei.) quando fica suada com a costa da mão, deixar o volume da tv sempre em números pares, sentar na cama com perninha de índio e demais manias que não me convém revelar, mas que te fizeram única. Trouxe uma ansiedade descomunal… como é difícil esperar a mensagem ser visualizada, a postagem ser curtida e o texto da quinta ser comentado. Sabe quando a ansiedade se confunde com expectativa? Trouxe curiosidade: doce ou salgado? Comédia ou ação? Rio ou Praia? Gato ou cachorro? Espero que você traga respostas agora, e não só respostas, traga novas perguntas. Mas não, não pare de trazer novidade.
Tem homem que gosta de mulheres sérias, mas o que todo homem precisa é de uma mulher híbrida. Daquelas que te tiram os pensamentos mais tenros e os mais libidinosos também, porque não? Que sirva pra rir e chorar, que seja frio e calor, que traga a ingenuidade e sensualidade, segurança com uma dose de aventura. Que te olhe com uma mistura de agressividade e carinho, amenidade e chavasquices. Que vá a um jantar importante, mas também que te faça companhia pra realizar aquele sonho tosco. Que entenda o valor de um silêncio no calor de um abraço. Sabe abraço? Daqueles que parece virar travesseiro? Cá entre nós, outro melhor não há. Que em vez de prender o choro no peito, perpetue um riso no rosto. Mas, infelizmente, o que a maioria dos homens faz, é ter de escolher e procurar apenas um dos lados. Ou ela é calma como uma brisa ou intensa como um vulcão. Então, a dose de hoje é um um convite a evitar se definir apenas unilateralmente, buscar um pouco de cada perspectiva, evitar extremos e ser equilibrado. Equilíbrio, talvez a virtude mais ignorada deste século. Mas às vezes, você dá sorte de encontrar alguém, que é tão presente quanto futuro e essa dualidade, tão singular que soa paradoxal, é o que faz você se tornar única, meu amor.
Para tudo que a gente leva, existe alguma coisa que a gente deve deixar. É uma verdade dolorida. Sei que as coisas não estão boas entre nós, a sintonia não parece mais ser como antes e nossas conversas não passam de uma mera formalidade ou educação. Convivendo com o que sobrou, eu esperava mais de você e você mais de mim. Evitamos nos alongar em qualquer conversa por medo do desfecho que ela pode tomar. Sabe quando sabemos que chegou ao fim, mas admitir parece ser um pecado capital? É difícil olhar esse sorriso no porta retrato da sala e sentir esse misto de saudade e frustração, essa nossa alegria que era constante, hoje parece estar tão distante, que só as fotos conseguem me lembrar desses momentos. Mesmo com um fim inevitável e um ponto final tão claro quanto certo, o amor sempre prefere deixar reticências. No fundo, a gente espera mudar o que sente e mergulha novamente no rio das lembranças, a fim de resgatar o que já é apenas lodo. Estranho, mas já sinto saudade e se acaso eu for embora, assim, de repente, não pense que é por falta de amor. Eu irei, mas uma parte, boa parte de mim, ficará para sempre contigo. Te deixarei vários momentos de herança, todos repletos de impagáveis gargalhadas e desse teu sorriso que, às vezes, teima em esconder com as mãos. Te deixaria como quinhão de meu legado o meu amor calmo, sempre sereno e que pareceu combinar com esse seu jeito meio insensível de sentir as coisas, te deixo aquele beijo roubado no estacionamento do cinema que tive ousadia de buscar logo em nosso primeiro encontro. Minha prece e para que um dia você possa se encontrar e perceber, que o que falta em VOCÊ SOU EU
Hoje eu senti saudade de você… Bom, minha intenção era escrever isso e deletar logo após desabafar com esse papel em branco. Sim, costumo fazer isso quase todos os dias, escrever sem nenhum sentido para que o convívio comigo mesmo se torne ao menos suportável. Mas isso vai virar uma carta, endereçada a você, meu amor. Você, que as vezes parece demorar propositalmente. Você, que permeia meus sonhos mais puros e os mais sacanas também. Você, que tem manias que outros jamais perceberão, porque os outros jamais vão te olhar como eu te olho. Hoje é daqueles dias que parece ter 36 horas, que você reza para acabar… sei que isso é até pecado, pois, talvez, tenha gente do outro lado da rua pedindo pro tempo passar devagar, pessoas em hospitais pedindo mais alguns minutos… eu sei, eu sei. Tenho a sensação que se você estivesse aqui tudo seria mais fácil, ou pelo menos não tão difícil. Hoje iria te propor uma quebra de rotina, um banho de piscina e até um sorvete na esquina. Hoje eu te desenhei em formas e curvas inéditas, afinal, saudade deixa a gente criativo. Hoje me peguei tentando adivinhar o que você estaria fazendo. Será que, assim como nos filmes, estamos sincronizados e você também pensa em mim? Eu não sei se hoje vai ser o último dia que eu sentirei saudade. Talvez você apareça amanhã e depois de amanhã você já esteja deitada em meu colo, lendo essa carta e sorrindo de tudo isso. De qualquer forma, se não for amanhã será um dia… dia em que te direi que hoje eu senti saudade de você.
Ter a última conversa é tão ruim quanto desnecessário, já que amores não deveriam ter despedidas. Quem é o louco que se despede de um amor?! Mas aqui vou eu, enfrentar uma conversa que no fundo eu já sei o teor; mesmo tendo uma parte de mim tão ingênua quanto o pierrot, querendo acreditar que magicamente tudo vai voltar a ser o que era antes. “Tô na porta” – envio um sms. Estranho não ter pressa pra que você abra. Não, não é que não esteja com saudades, é que a minha agonia fala ainda mais alto que qualquer sentimento. Confirmo minhas previsões mais catastróficas com teu riso amarelo e um beijo na testa. Que isso? Virou minha avó? Sem saber por onde começar você escolheu os piores clichês possíveis. Aqui vai uma dica pra vida, nunca elogie demais algo quando a intenção é deixa-lo. É o pior eufemismo que alguém pode pensar em fazer, não seja covarde a ponto de procurar uma linguagem mais suave, olhe nos olhos e diga que acabou, mesmo que não tenha um motivo latente. Diga que as vezes o amor passa, mesmo que a regra seja ficar. Não diga que eu sou o melhor cara que você já conheceu ou que eu vou encontrar alguém melhor. Uma forma mais covarde que essa de dizer que nosso amor feneceu, eu desconheço. Uma puta ironia é que o mesmo alguém que te leva ao céu possa também te tirar o chão. Esse é o preço a ser pago por se tornar refém de nossas emoções. Volto pra casa com um milhão de teorias sobre como chegamos ao nosso fim. Quem foi o responsável por essa tragédia? Sei que não vai adiantar encontrar respostas nem culpados, eles não vão trazer você de volta. Mas te afirmo, sem nenhum medo de errar, que o pouco que sobrou ainda daria pra te amar uns 20 anos. O que eu farei com esse amor? Não sei, não conheço um cemitério que enterre nossos sentimentos, então sobreviverei a esse luto sem relutar. Em minhas preces seguirei o conselho do Rodrigo Amarante e pedirei fé pra ver e coragem no amor, porque até isso você fez questão de levar.
Uma das historias mais conhecidas é o conto da Cinderela, que em plena fase adulta devia calçar 28 para ser única capaz de ser identificada por um sapatinho perdido. Talvez isso tenha contribuído para algumas mulheres esperarem tanto por algo que nunca vai vir. Não, não sou um amargo que prega contra o amor. Mas, amor de verdade é bem diferente desses contos de fadas. Amor de verdade é bem simples, que de tão simples acaba se tornando SOBRENATURAL. Amor é quando os celulares estão ocupados pela sincronia de um estar ligando ao mesmo tempo para o outro, é quando você convida pra assistir o filme mais longo que está passando no cinema e mal senta na poltrona e ele já está acabando. É nas diferenças se sentir completo e nas semelhanças se sentir representado. É quando fica difícil dizer qual é a musica preferida, pois parece que todos os autores resolveram cantar nosso amor. – Amor, você anda contado nossas intimidades? Amor é ter às vezes a pergunta e as vezes a resposta, mas nunca, em hipótese alguma, as duas coisas. Amor é quando a gente até podia comprar mais um chocolate, mas prefere perder um pouco do nosso pra dividir com o outro. Amor pode ser tudo isso ou nada disso, porque amor de verdade destrói a linha tênue que separa a realidade da imaginação e cria uma ponte para o que chamamos de sonhos.