Hoje completamos alguma data importante. Não lembro muito bem, ou finjo não lembrar. Mas deve ser importante – talvez seja o dia que a gente (você ) decidiu que não seguiria mais junto. Será? Parece que faz uns 286 dias que não o vejo, quer dizer, eu estou apenas chutando… Afinal, eu nem fico pensando muito naquele 19 de setembro, às 20h, quando você me beijou na testa e falou que não dava mais pra continuar.
Você começou com aqueles clichês desnecessários e as desculpas mais idiotas que a humanidade já ouviu. Lembra? Você pôs a culpa toda em você. Pôs-me num altar, num baluarte e explicou que eu poderia seguir muito melhor sozinha. Fez daquela conversa um alívio pra consciência que, pesava muito, mas não mais que seus motivos pra me deixar. Se existisse um Oscar de pior término de relacionamento, você deveria se candidatar. Eu até concordo que é cruel e, ao mesmo tempo, absurda a ideia de terminar um relacionamento, deixando possibilidades para depois. Mas não deixar sequer um pouco de saudade? Morrer dentro de alguém é terrível.
Eu li sua mensagem, falando que sentiu saudades. E eu não demorei porque quis fazer joguinho – detesto isso, você sabe. Mas, realmente, eu não sabia como responder. Eu até me lembro do nosso começo. Das vezes que a gente se enganou junto e achou que seria pra valer. Dos momentos bons que até as relações ruins conseguem ter. Mas a verdade é que não tenho saudades. Não essa que faz a gente querer voltar, querer responder imediatamente ou mesmo ficar feliz só por receber uma mensagem. Talvez minha saudade seja um mero formalismo sentimental. Desses que a gente sente por causa de etiqueta, ou mesmo por educação. Deve ser errado não ter nada pra sentir falta, mas para um relacionamento que agoniza, a morte é sorte ou, no mínimo, salvação.
#DQ105 #espalheamorporaí <3