NÃO É ELA, MAS EU QUERIA TANTO QUE FOSSE | DQ 186

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Trilha:

 

A verdade é que do começo nunca dá para olhar o fim. A gente sequer pensa nisso. Principalmente, quando o começo é digno de Oscar e vem com uma sensação ridiculamente gostosa de que é para sempre. Ela tem gosto de eterno, com aquele cheiro que você não enjoaria ter impregnando nos lençóis todas as manhãs. Tem aquela boca com formato e cor de maçã, e aqueles olhos morenos que fazem bater sereno o ritmo frenético do seu coração. Ela não tem organização: deixa a toalha na cama e a camisa no chão. Ela é egoísta e sempre puxa o lençol de madrugada.

Você esboça um protesto e, quando pensa em puxar de volta, ela se volta encarando-o de olhos fechados, faz um carinho na nuca, deixando você desarmado. Você se esquece de que precisa da metade do lençol. Afinal, ela está ali por inteira. Que outro lençol aqueceria a sua alma? Você pensa em acordá-la, mas hesita. Porque é simplesmente divino vê-la dormindo com uma paz celestial. Ela sorri e sussurra que o lençol foi um aviso. O que mais é preciso para você despertar? Você sorri de volta e acaricia o seu rosto, beijando cada parte do seu corpo, como se quisesse redescobrir os caminhos que já sabe de olhos fechados. Por falar em olhos, você não fecha os olhos. Ela pergunta o porquê. Você responde que “filme bom, a gente não pisca e segue, aproveitando à risca, cada segundo desse infinito chamado amar”. Agora são mãos, braços e abraços, pele, carícias, suor e cansaço. São dois amantes desafiando a física de que dois corpos não ocupam o mesmo espaço. É mágico, sublime, e você não mudaria nenhum trecho desse roteiro. Deve ser o melhor filme do século – mas, calma. Espera. Ela vai viajar? Pelo tamanho da bagagem, vai passar muito tempo. O quê? Vai pra sempre? Mas ganhamos até um Oscar… e… ela é…. Ela o interrompe. Diz que isso é só um trailer do começo do filme. Apesar de toda dor e saudade, ela o deixa com um fio de ansiedade, pelo filme de verdade que ainda hão de viver

 

#DQ186 #espalheamorporaí /,3

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