A cicatriz não é uma cura | DQ 170

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Trilha

 

Dizem que trauma é uma cicatriz que dura, às vezes, muito, às vezes, pra sempre. Cicatriz não dói, pelo menos não fisicamente. Mas cicatriz marca e, se a gente pensar bem, talvez isso doa ainda mais. Relações abusivas existem desde sempre, quiséramos nós estarmos livres delas. Elas são, muitas vezes,  usadas como aprendizado, outras como trauma. A questão é que essa sucessão de fatos, aparentemente desconexos e particulares, a que chamamos de vida, geralmente não ocorrem a esmo. São eles conectados, como um trilho de trem. Ligados pelas lembranças, sejam elas boas ou ruins.

 

Cazuza já imortalizara a frase de que o tempo não para e, usando a antologia desse pensamento, constatamos que não dá pra parar o tal trem e dispensar um vagão que não deu certo. É preciso seguir com aquele peso. E, assim, vagamos rumo ao que os trilhos nos reservam e, a todo o momento, vagões distintos, abarrotados de emoções se juntam, criando um emaranhado de coisas sem um filtro aparente. A experiência nos permitirá desviar de algumas estações perigosas e aproveitar as benesses que nos aparecerão.

 

Mas, infelizmente, por mais sorte que se dê, alguns vagões estarão ali,  para nos lembrar de paradas catastróficas. Seremos assombrados por porões macabros, que deixarão marcas indeléveis ao longo do caminho, tais como as cicatrizes. Lembranças essas que não é porque seguimos que pararam  de doer, ou de existirem, mas que, simplesmente,  aprenderemos a conviver com a dor, ou se esquecer de que dói.

 

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