Trilha:
Eu sei que generalizar é um dos sete pecados capitais. —Não. Não é, mas deveria ser. Ainda mais quando essa generalização chega pra dizer o que é o amor. Logo o amor, que é sempre tão surpreendente mesmo em meio um oceano de clichês e de poemas já escritos. Parece que quanto mais se fala sobre amor, mais se tem algo a falar. Amor parece ser um assunto inesgotável. Há aqueles que gostam de falar do amor como se fosse um bicho selvagem, que está sempre à espreita esperando uma brecha para dar o bote. Há aqueles que falam que amor é valsa, que por sinal, é um dos únicos ritmos em que homem e mulher fazem EXATAMENTE o mesmo passo. Há aqueles que dizem que amor é chuva. Que desce dos céus sem pedir licença, que não liga se a terra está muito seca. Cai sem pestanejar, molha a todos que estiverem a seu alcance, sem ressalvas, sem distinções. Ás vezes nos lava, ás vezes nos leva.
Há também, aqueles que chamam amor de fogo que arde sem se ver, como se o amor fosse uma flâmula, invisível aos olhos humanos, mas um incêndio aos olhos do coração. Há aqueles que chamam o amor de cilada, catapulta, que põe em xeque os alicerces dos sentimentos, detonando qualquer fortaleza criado em redor das emoções. Há sim, mais outras infinitas definições. Afinal, estamos falando do sentimento mais democrático de todos. O sentimento capaz de nos expor ao ridículo, e isso ainda parecer incrível.
Em tempos de segmentação. Formação de guetos e eternos “fla-flus”. O amor é coringa. O ás que acaba com qualquer jogo. Amor é tudo que já foi dito nos versos de Camões, Drummond ou em alguma musica do Chico. Mas se a arte ainda emociona ao falar sobre um tema que, aparentemente, muito já foi dito. Eu me convenço de que definir sobre o que seja o amor não é algo pronto, estático. Amor deve ser, e geralmente é a arte de mudar, a arte do improviso.
#DQ95 #espalheamorporaí <3