Mas, amor, eu tenho pressa | #DQ90

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Se vingança é um prato que se come frio, amor só se serve quente. Acho absolutamente sensata a prudência que o passar dos anos tende a nos trazer. O problema é que quem muito quer sempre tem pressa. E, olha, eu não vou negar: te quero tanto que te quero muito. Eu te quero sempre. Eu te quero agora.

Quem acha que sentimentos usam relógios, passaram da hora. Não existe sincronia com o futuro, tudo é agora. O futuro é um espelho que reflete tudo -menos o amanhã. Amor não é um acrônimo para amortização, que se paga em parcelas para abater uma dívida. Amor é tudo que há, desde o átimo do primeiro beijo até a ultima troca de olhar.

Pro tanto que te quero, perto não é – nem nunca será – suficiente. E te ter por algumas horas, não basta. Talvez, pra você, parece loucura ter esse sentimento sempre urgente. Eu sei que você prefere que eu valse em ritmo sereno ou que, pelo menos, eu não seja esse frevo que não cessa. Mas que posso fazer se sou saudade depressa? Tão urgente que depressa. Encolhe o peito, expande a alma e ao caos me regressa. Eu sempre sofri por antecipação. Eu sinto doer antes do impacto. Eu já vou ao chão machucada. Essa pressa em te ter deve ser minha alma querendo compensar o tempo que cheguei a pensar que tu eras fatídico, fábula, falha, que tu não existias. Acredita. Em dado momento, eu ouvi os conselhos de não ser pressa. Tentei ser menos urgente, mais calma, mais paciente. Passei a castrar meus impulsos e respirar bem fundo. Passei a amar comedida e com razão, até descobrir que não tinha a menor vocação para os sentimentos que não fossem febris. Os que me alertavam eram descrentes em pensar que amar não serve frio: só se serve quente. Como posso respeitar esse delinquentes? Como posso ser prudência se te amar me faz indecente?

#DQ90 #espalheamorporaí

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