Se te amo, não sei | #DQ40

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Trilha: 

Não sei se digo que te amo agora ou espero mais um pouco. –É muito cedo pra dizer isso? Há tempo certo? Como se descobre que é amor? Caracterizar quando se está amando ou não é bem difícil. Ou se ama ou não se ama, não há um meio termo. Sem contar que há inúmeras formas de amor. Já vi terrenos inóspitos germinarem amores, como também sementes férteis secarem ante ao solo árido e sem vida. Mas, o amor só é depois de ser. E, não saber antes , seja parte do espetáculo. Na verdade, amar só se descobre amando, se é que amor precisa ser descoberto. Talvez, o mais importante seja viver e não descobrir.

Não sei se já posso chamar de amor. O que sei é que há um sentimento tão constante quanto amor, porém diferente do que eu imaginava ser. Eu pareço me afogar todo dia nesse mar de sensações que é estar contigo. Estou tão confuso que não sei se quero me salvar. Se fosse em outros tempos, da época que eu molhava só os pés no final das ondas, ou no máximo entrava com a água até a cintura, eu já teria corrido pra margem. Mas, bem, contigo eu quero e preciso descobrir o fundo. Preciso ir além da água na cintura e mergulhar no infinito de teu mistério.

Há sempre um desespero quando se está prestes a se afogar. Até para os mais seguros, chegará o momento em que manter controle sobre a situação não será mais uma opção- perdê-lo então, a regra. Gastarão todas as suas forças nadando, buscando a superfície. Não vou mentir pra ti, eu sou desse time. Não suporto a sensação de estar à mercê do acaso. Prefiro tudo bem planejado, tal como um cálculo matemático. Mas, pela primeira vez na vida, perder o controle faz todo sentido, ou o que quer que esteja acontecendo com a gente, digo, comigo. Não é como as relações convencionais. Nada foi dito e muito menos prometido. Somos feitos de constantes instantes e isso, por incrível que pareça, é mais que suficiente. Já tive diversas relações com regras bem definidas sobre “o que pode ou não pode ser feito” – e não deram muito certo.
Existe meu lado racional que adora me sabotar. Ele me diz que não há segurança em encarar esse mar revolto, que tem teu nome, sem colete salva-vidas. Mas, quem disse que eu quero segurança?

Se te amo, não sei e nem precisa me dizer o que sente. Talvez, nossa felicidade seja (sim) com gosto de aventura- TOTALMENTE imprudente.

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