Dezenas de motoristas voltaram a protestar, na manhã desta terça-feira (7), contra a falta de vagas em viagens na travessia marítima entre os terminais da Ponta da Espera, em São Luís, e do Cujupe, em Alcântara. Mesmo com o início da operação do ferry-boat José Humberto, desde a semana passada, o que, segundo o Governo do Estado, acabaria com as longas filas de espera para embarque, ao que parece, o serviço de transporte aquaviário continua sem condições de atender toda a demanda e é prestado de forma temerária.
A manifestação começou por volta das 7h, na Ponta da Espera. Caminhões foram atravessados no acesso às plataformas de embarque, que ficou bloqueado por cerca de três horas. Enquanto transcorria o protesto, uma longa fila de veículos se formava, com motoristas e demais ocupantes revoltados com o caos na prestação do serviço. Por sua vez, a administração do terminal permanecia impotente, aparentemente sem saber o que fazer.
Intervenção desastrosa
A intervenção desastrosa decretada há dois anos pelo governo estadual na Servi-Porto, maior empresa do setor no Maranhão, que há 35 anos opera a travessia entre a Ilha de São Luís e o continente, é apontada como principal motivo do colapso do transporte aquaviário. E, a cada dia, a população se convence que, de fato, a interferência, determinada no início de 2020 pelo então governador Flávio Dino, hoje pré-candidato ao Senado, está no cerne da crise.
Em meio à insatisfação generalizada dos usuários do transporte aquaviário em mais um dia caótico, a gestão do serviço, hoje concentrada na Agência Estadual de Mobilidade Urbana e Serviços Públicos (MOB), anunciou que um novo ferry-boat seria incluído na rota a partir das 15h30, para suprir a demanda não atendida.
A expectativa se volta, agora, para a solução prometida pelo governo, que, ao que tudo indica, será adotada de forma atabalhoada, na base do improviso, com riscos imprevisíveis a passageiros e tripulantes.