O trânsito está cada vez mais violento no trecho da BR-135 em São Luís. Em janeiro e fevereiro deste ano, foram registrados 60 acidentes nos 24 quilômetros que correspondem à distância entre o retorno do Tirirical (KM-0) à ponte Marcelino Machado, sobre o Estreito dos Mosquitos, uma média de uma ocorrência por dia. O número é quase o triplo do contabilizado no mesmo período do ano passado: 21. Caso não sejam tomadas providências urgentes, a tendência é que as estatísticas de acidentes tornem-se ainda mais alarmantes, em razão do aumento do fluxo de tráfego na rodovia, da travessia cada vez mais intensa de pedestres, entre outros fatores.
Incluindo os demais ramais da rodovia dentro da capital, como a Avenida dos Portugueses, na área Itaqui-Bacanga, o número de ocorrências sobe para 82. Apesar de trágicas, as estatísticas não surpreendem, já que nos últimos anos a BR-135 tem sido a campeã em acidentes. O último balanço oficial, divulgado pela Polícia Rodoviária Federal em agosto passado, revelou que somente no primeiro semestre de 2012 foram registrados 615 colisões, abalroamentos, atropelamentos, capotamentos, entre outros sinistros.
O trecho mais violento é justamente o que passa por São Luís. O curioso é que logo no KM-1 está instalada a 18ª Superintendência Regional da Polícia Rodoviária Federal, responsável por planejar e repassar as diretrizes de fiscalização em todas as BRs que cortam o estado. Há ainda o posto da PRF de Pedrinhas, que, como atestam os números, também não tem cumprido sua finalidade de garantir a segurança do tráfego na estrada.
A PRF aponta a desatenção dos condutores como principal causa dos acidentes na BR-135, assim como em toda a malha rodoviária federal que liga o Maranhão a outras unidades da Federação. Segundo a corporação, 60% das ocorrências são motivadas pela falta de atenção de quem está ao volante. Daí a necessidade de campanhas educativas, de modo a sensibilizar os motoristas de que todo cuidado é pouco na estrada. Portanto, além de punir, é fundamental orientar.
As más condições do asfalto, a sinalização precária e a falta de fiscalização na rodovia também contribuem para a ocorrência de acidentes. Além disso, algumas ações mal planejadas, em vez de garantir segurança ao trânsito na BR-135, não surtem efeito algum. Um exemplo foi a instalação, pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte (DNIT), de um redutor de velocidade no trecho da rodovia em frente ao Hospital da Mulher, no Anjo da Guarda, a menos de três metros de um quebra-molas. Após denúncia de O Estado, esta semana, o órgão federal anunciou que deslocará o equipamento para outro ponto da estrada, pois reconheceu que a intervenção, da forma como foi executada, não fazia sentido algum.
Os 60 acidentes registrados na BR-135 de 1º de janeiro a 28 de fevereiro deste ano resultaram em quatro mortes. O cenário não chega a ser assustador, mas se não forem adotadas medidas imediatas, logo, logo a rodovia também se tornará recordista em número de vidas perdidas.
Editorial publicado neste sábado em O Estado do Maranhão
Na BR 135 tem muita imprudência por conta dos motoristas que andam em velocidade acima do permitido da via, e tem muitos que dirigem sobe efeito de álcool.