O Maranhão registrou nada menos do que 21.622 homicídios entre 2009 e 2019, segundo o Atlas da Violência 2021, divulgado nessa terça-feira (31) pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública. A média é de mais de 2.000 assassinatos praticados por ano no estado, mas a estatística, apesar de sangrenta, mostra que houve queda expressiva do número de mortes por essa causa no período pesquisado, o que sugere um futuro menos hostil.
Em 2009, ano que abriu a série, ocorreram 1.398 homicídios no estado, de acordo com o levantamento. Nos dois anos seguintes, houve razoável elevação, mas o auge da carnificina aconteceu em 2014, quando foi contabilizado o recorde de 2.462 assassinatos, grande parte em consequência do confronto entre facções criminosas, que instalou um clima de terror na região metropolitana de São Luís e em algumas cidades do interior. O caos vivenciado na época no Complexo Penitenciário de Pedrinhas, com fugas, rebeliões e dezenas de execuções de presos, simbolizou o pânico generalizado que marcou aquele ano, o mais violento das últimas décadas no Maranhão.
Para alívio da população, e também das autoridades, que naqueles tempos já haviam perdido o controle da situação, nos anos seguintes, houve um recuo dos homicídios. Em 2015 e em 2016, a redução foi tímida – para 2.438 e 2.408, respectivamente. Daí em diante, a curva descendente foi se acentuando, com registro de 2.180, 1.982, até cair para 1.704, total de assassinatos notificados em 2019, último ano do relatório.
Mesmo com uma queda tão expressiva do número de homicídios no Maranhão, o Atlas da Violência aponta que na década estudada esse tipo de crime aumentou 21,9% no estado, dado que expõe um cenário ainda preocupante. Mas nem só de más notícias é composto o relatório. Ao comparar 2014, ano mais violento da série, com 2019, último ano pesquisado, constata-se uma diminuição de 30,8% do número de homicídios, acima da média nacional, de 24,8%.
O Atlas da Violência revela em números o quanto a morte assombrou os maranhenses entre 2009 e 2019. Outro dado estatístico alarmante refere-se à proporção de homicídios por 100 mil habitantes nesse período. Enquanto a média nacional foi negativa (- 12,6%), o Maranhão registrou variação positiva (+ 9,7%) na referida década.
Apesar de as estatísticas indicarem que a ameaça está menos presente nos dias de hoje, os governantes ainda têm muito a fazer para proporcionar, verdadeiramente, sensação de segurança à população.