O Anuário Brasileiro de Segurança Pública é o de Mortes Violentas Intencionais (MVI), divulgado nesta quinta-feira (15), revelou que o Maranhão é o segundo estado com maior taxa de aumento do número de homicídios em 2020. O levantamento estatístico inclui os números de homicídios, latrocínios, lesão corporal seguida de morte, mortes decorrentes de intervenção policial e homicídios de policiais em serviço ou fora.
Apesar do crescimento de 4% registrado em 2020, uma taxa de 23,6 mortes para cada grupo de 100 mil habitantes, o perfil das vítimas de homicídio no país segue o mesmo: 76,2% das vítimas são negras, 54,3% jovens e 91,3% do sexo masculino. Em 2020, o Anuário registrou aumento dos homicídios em 16 unidades federativas, sendo os maiores crescimentos em estados do Nordeste como Ceará (75,1% na comparação com 2019), Maranhão (30,2%), Paraíba com 23,1%; e Piauí com 20,1%. O Distrito Federal e 10 estados tiveram redução das mortes violentas intencionais, entre eles Amapá (-23,6%), Pará (-20,1%), Roraima (-19,4%) e Rio de Janeiro (-18,4%).
Ao mesmo tempo, Amapá, e Roraima estão entre os que compõem o grupo de estados com o pior nível de qualidade da informação nos boletins de ocorrência, o que nos leva a olhar para os números com cautela na comparação com os estados que dispõem de melhores dados públicos.
Arma de fogo
Mais uma vez, a arma de fogo foi o principal instrumento em todos os tipos de crime, com exceção da lesão corporal seguida de morte. E o Anuário aponta que o crescimento expressivo do número de armas em circulação no país, indicando a presença de 2.077.126 armas de fogo em arsenais particulares ativos no SIGMA e no SINARM.
Para se ter uma ideia, somente no SINARM o registro de posse de armas cresceu 100,6% desde 2017, enquanto os dados do Exército mostram crescimento do número de registros de CAC (caçadores, atiradores e colecionadores) da ordem de 29,6, entre 2019 e 2020. Entre 2019 e 2020, os registros de armas cresceram 97,1%, com 186.071 novas armas apenas no sistema da Polícia Federal, e duplicaram as autorizações para importação de armas longas oriundas de outros países, num total de 7.625 novas armas apenas no ano passado.