O governador Flávio Dino (PCdoB) fez, no dia seguinte à eleição municipal, uma postagem que chama atenção pela incoerência. Segundo escreveu o comunista, o bolsonarismo foi varrido do Maranhão com a vitória nas urnas de 180 prefeitos filiados a partidos aliados ao seu governo. Acontece que em São Luís, cidade mais importante do estado por ser a capital, disputam o segundo turno dois candidatos que seu próprio grupo político fez questão de associar ao presidente da República.
Quem não lembra das sucessivas tentativas de dinistas de vincular as imagens de Eduardo Braide (Podemos) e Duarte Jr. à de Jair Bolsonaro durante a visita do chefe da nação ao Maranhão, na última semana de outubro, em pleno calor da campanha eleitoral?
Houve até governistas que afirmaram que era obrigatória a presença de Braide e Duarte na comitiva presidencial, alegando que os partidos de ambos dão sustentação ao Governo Federal no plano nacional.
Coube ao próprio Flávio Dino a tarefa de colocar, de forma mais enfática, Braide e Bolsonaro no mesmo palanque. Inconformado com a liderança disparada do candidato do Podemos em todas as pesquisas de intenção de votos, o governador propagou em todos os canais possíveis a informação de que o partido é o que mais vota de acordo com os interesses do presidente. Não mentiu, mas também não conseguiu o que queria.
Frustração
Findado o primeiro turno, constata-se que foi uma tentativa frustrada de conunistas e afins de impor desgaste político ao líder e ao segundo colocado, que agora travam embate pela cadeira de prefeito do maior dentre todos os 217 municípios maranhenses.
O resultado das urnas induz à reflexão quanto ao suposto estrago causado a uma candidatura em São Luís, caso esta seja associada a Bolsonaro. Tal prejuízo não é mais uma certeza absoluta, pois a ampla maioria do eleitorado da capital preferiu justamente os nomes aos quais os governistas, ardilosamente, atribuíram tal vinculação.
No caso particular de Flávio Dino, salta aos olhos uma contradição: se Duarte Jr. é bolsonarista, já que é filiado ao partido dos filhos do presidente, como apontaram políticos, militantes, marqueteiros e todo o resto da mídia palaciana, o governador trai sua ideologia, seus princípios e sua própria consciência ao declarar-lhe apoio, algo que se apressou em fazer horas depois do fim da apuração.
Ambos são candidatos cujos partidos apoiam Bolsonaro, mas nem um dos dois é bolsonaristas, ainda bem, mas desejo que o Duarte ñ se eleja, nada pessoal, mas só para tirar a capital das mãos de Flávio Dino cuh sede de poder está insaciável.