Forças Armadas concluem 1ª fase da Missão Maranhão com 3,8 mil atendimentos a indígenas contra Covid-19

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Militar do Exército colhe informações sobre saúde de cacique em Barra do Corda

Brasília (DF) – Com o sentimento de dever cumprido, militares da área de saúde das Forças Armadas finalizaram dia 22 a primeira fase da Missão Maranhão. De cunho humanitário, a operação, coordenada pelo Ministério da Defesa, em conjunto com as Pastas da Saúde e da Justiça, levou atendimento especializado de saúde a indígenas da região do entorno do Município de Barra do Corda, no estado do Maranhão.

Durante uma semana intensa de trabalhos, 23 militares realizaram mais de 3.800 atendimentos, entre triagens, consultas e testes para Covid-19. Dentre os profissionais de saúde estavam ginecologistas, pediatras, infectologistas, clínicos gerais, enfermeiros e técnicos de enfermagem, oriundos de Organizações Militares de Brasília (DF), do Rio de Janeiro (RJ), de Belém (PA), de Belo Horizonte (MG) e de São Luís (MA).

Contando com suporte logístico do 50° Batalhão de Infantaria de Selva, localizado em Imperatriz (MA), que serviu como base para a missão, os integrantes deslocaram-se, diariamente, cerca de 250 quilômetros. Os locais de atendimento foram nas aldeias previamente levantadas pela Secretaria Especial de Saúde Indígena (SESAI). Para chegar a elas foi necessário apoio de helicópteros das Forças Armadas.

Profissional de saúde atende mãe e bebê indígenas em ação de saúde em aldeia

Por intermédio dos Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEI), a SESAI realiza o monitoramento da situação de saúde das comunidades indígenas. As necessidades vigentes são detectadas e transmitidas ao Ministério da Defesa, que organiza a missão direcionada por aquela Secretaria.

Na área coberta na primeira fase da missão, foram realizados atendimentos médicos nas Aldeias Escalvado, Porquinhos, Santa Maria, Três Irmãos e Manhumi, onde a população indígena era das etnias Canela e Guajajara.

Ao todo, foram realizadas 660 consultas de clínica médica, 331 ginecológicas, 236 atendimentos de pediatria e 134 com infectologistas, bem como diversas triagens. Além disso, foram executados 138 exames preventivos, 1.219 testagens para Covid-19 e nove evacuações de casos que inspiravam maiores cuidados.

Indígena faz pintura em militar do Exército em demostração amistosa durante a missão

“Avalio como excelente o resultado alcançado nesta semana de muito trabalho, muito suor, mas, sobretudo, de muita satisfação. É a segunda oportunidade em que participo de operação do mesmo gênero e volto para casa satisfeito, por ter contribuído para estender a mão do Estado a estes irmãos brasileiros. A dedicação e o entusiasmo demonstrados pelos profissionais de saúde integrantes da missão também foram fundamentais para o êxito da atividade. A eles, dedico a minha mais respeitosa continência!”, ressaltou o Coordenador Administrativo da missão, Coronel Élvio Gulart.

A Tenente Roseana Sovano Guimarães, médica pediatra do Hospital de Aeronáutica de Belém, integrou a equipe dessa fase da Missão Maranhão. Ela também ressaltou o sentimento de pertencimento, gratidão e orgulho em participar dessa ação junto à população indígena.

“Me senti privilegiada por ter tido a oportunidade de conhecer essa população que vive tão distante da minha realidade. Levar um pouco de assistência a eles foi muito gratificante e, melhor ainda, foi sentir a gratidão por parte deles. Em todos os lugares que estivemos, fomos recebidos de braços abertos com cânticos e danças típicas e eu fiquei encantada diante de tudo que eu vi dessa cultura tão rica. Hoje, sou muito grata por fazer parte das Forças Armadas e de ter a chance de ajudar o meu País, o povo brasileiro, levando saúde à população, em especial a essas crianças indígenas”, disse emocionada.

Carloman Koganon Canela, cacique da aldeia Escalvado, da etnia Canela, acompanhou os atendimentos em sua comunidade e fez questão de agradecer o apoio do Governo nesse momento de pandemia

Na cultura indígena, uma das formas de demonstrar agradecimento é por meio de rituais de dança e de cantos. Assim, a equipe que integrou a missão foi brindada, tanto nas recepções como nas despedidas, com elementos da tradição cultural de cada comunidade da região, como pinturas na pele, feitas com tinta de jenipapo e presentes confeccionados pelos próprios indígenas, além das danças típicas.

Carloman Koganon Canela, cacique da aldeia Escalvado, da etnia Canela, acompanhou os atendimentos em sua comunidade e fez questão de agradecer o apoio do Governo neste momento de pandemia. “Estamos recebendo essa grande equipe das Forças Armadas com os braços abertos. Precisamos da ajuda de todos e ficamos muito felizes com a presença de vocês aqui. O meu muito obrigado”, completou o Cacique.

Missão Maranhão

Militares do Exército transportam insumos de saúde para atendimento em aldeia indígena

A segunda fase da missão Maranhão teve início ontem (21) e será finalizada no dia 28 de setembro. Os atendimentos serão realizados nos municípios de Santa Inês e Zé Doca. A terceira fase será realizada no período de 28 de setembro a 5 de outubro e atenderá as populações dos municípios de Grajaú, Arame e Amarante.

Para atender as três fases da missão, já foi transportada cerca de 1,5 toneladas de medicamentos, equipamentos de proteção individual (EPIs) e insumos, via terrestre, para Imperatriz e São Luís.

Fonte: CGU

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