Podemos definir intolerância religiosa como atos realizados por pessoas que desrespeitam o direito de terceiros de professarem e manterem crenças que diferem das suas. Ações de preconceito como zombar, cometer ofensas pessoais a cultos e a liturgias, são exemplos de intolerância religiosa que em casos mais graves podem terminar em depredações de templos e até agressão física.
Motivo de guerras e conflitos históricos mundo afora, quase todas as religiões (se não em todas), trazem consigo uma mensagem de esperança, paz e amor, o que contrasta diretamente com as atitudes de uma pequena, porém, barulhenta e até agressiva parcela de seus seguidores. Ao que deveria ser motivo de união entre os seres humanos, acabou se tornando um dos principais fatores de desentendimento entre os povos. É preciso pensar alternativas para o combate a esse preconceito.
De acordo com o Ministério dos Direitos Humanos (MDH), em um levantamento realizado entre janeiro de 2015 e o primeiro semestre de 2017, o Brasil registrou uma denûncia de intolerância religiosa a cada 15 horas,ou seja, 1.486 relatos; sendo que a maioria das vítimas foram de religiões de matrizes africanas, como candomblé, umbanda e outras do segmento, o que correspondeu a 39% das denúncias; seguida das religiões católicas e evangélicas.
Mesmo no Maranhão, um estado com uma pluralidade de religiões, escapa de casos de preconceito a outras religiões. Em 2018, aqui mesmo em São Luís, o Terreiro de Matão Deus é Quem Guia, localizado no bairro do Sá Viana, foi atacado. Em nenhum lugar se está isento de sofrer ataques pela religião que carrega consigo, embora o artigo 5º de nossa constituição preveja que “é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias”.
Para conversar um pouco mais sobre essas questões, o pré-candidato a vereador de São Luís, Aníbal Lins (PL) visitou o Terreiro do Ambirá, no bairro Nova República. “ Fui muito bem recebido por Luíz de Xapanã, que me falou como tem sido lidar com problemas como a intolerância religiosa e cultura do ódio”, comentou Aníbal.
Segundo o responsável pela Casa de Culto Afro, as religiões de matriz africana têm resistido apesar do preconceito. “O preconceito com as religiões de matriz africana sempre existiram, desde o início do surgimento dos cultos. E no decorrer do tempo a gente vem evoluindo para melhorar, superar essa questão do preconceito. Nós estamos na luta, fazendo nossos cultos, nossos tambores, e continuamos, mesmo em meio ao preconceito”, disse o pai-de-santo.
Cada indivíduo tem sua particularidade, sua vivência, sua cultura, sua crença. Vivemos em comunidade e precisamos aprender a respeitar a todos, independente se professam a mesma fé que nós, é constitucional, é nossa obrigação! Lutemos para superar o preconceito, por meio de projetos que incentivem a tolerância às múltiplas religiões!
