A morte do jornalista Roberto Fernandes, ocorrida na noite desta terça-feira (21), por complicações do novo coronavírus, está sendo sentida por muitos, sobretudo por aqueles que tiveram a honra e o prazer de conviver com esse grande profissional e ser humano exaltado por suas virtudes. Triste desfecho para uma vida que a muitos deve ter inspirado e para uma carreira marcada por permanente ascensão, que agora converte-se em legado para as futuras gerações de comunicadores.
Fosse no rádio, fosse na televisão, Roberto Fernandes sempre passava sua mensagem com extrema competência. Comunicava como poucos e tinha como marca registrada a credibilidade. Era respeitado por colegas, ouvintes e torcedores de futebol, este último uma paixão que ele jamais abandonou no exercício da profissão e que o transformava em atleta nas horas vagas. Pudera ele ter chutado o vírus para longe, como bom zagueiro que era durante as peladas que por muitos anos jogou.
Posso dizer que sou um privilegiado por ter iniciado a carreira tendo como referência próxima o agora saudoso colega, na época já um ícone consagrado. Foi há 20 anos, quando vivi a incrível experiência de integrar, como redator e produtor, a equipe da Rádio Mirante AM, a convite do também jornalista Zeca Soares, coordenador da emissora e um dos amigos mais próximos de Roberto, que mantinha com ele uma parceria profissional de raro entrosamento e relação pessoal fraterna.
Naquela equipe, vesti e suei a camisa como nunca, com ânimo renovado a cada dia, por saber que eu estava em um time de craques, no qual Roberto Fernandes despontava como maior estrela, não dessas que irradiam arrogância e por isso logo se apagam, mas sim como as que brilham sem ofuscar quem está ao redor. E assim pude aprender mais e trilhar o caminho que me trouxe até aqui, tomado por uma gratidão infinita.
O convívio com Roberto foi sempre cordial e marcado por tiradas de bom humor que vou guardar para sempre como um dos traços mais marcantes do colega que hoje se foi. Até pouco antes da sua fatídica internação, nos cumprimentávamos gentilmente e trocávamos algumas palavras sobre futebol. E ele, apesar de especialista no assunto, ouvia com atenção minhas leigas considerações.
Consternado, deixo meu pesar aos familiares de Roberto Fernandes, esses sim mergulhados no luto mais profundo, pelos laços consanguíneos e de afinidade e por conhecer, para além da tela e do microfone, esse homem cuja vida teve ponto final tão prematuro.
Bom dia, querido jornalista Daniel Matos.
Muito boa a crônica que fizestes para homenagear o nosso Roberto Fernandes.
Vindo da sua pena, só pode advir coisas boas e edificantes.
Expuseste com muita sabedoria o teu sentimento de fã, profissional e amigo.
Isso não estava no script, todavia teve que ocorrer esse triste desfecho.
Roberto, ou melhor,”Bob Fernandes “ como gostava de chamá-lo, deixou a roupagem material e foi comunicar no Céu.
Que Deus o receba.
Estou muito impactado até agora, amigo César Roberto. Roberto era um ser humano do bem e da melhor safra de comunicadores, assim como você! Grato pelo comentário!
Eu tinha por volta de 14 anos quando conheci a voz do Roberto Fernandes na rádio São Luís am, num programa de fim de tarde que ele fazia no wual eu gostava muito porque desde criança sempre gostei de rádio am. Eu fiquei triste mesmo nunca o tendo visto pessoalmente, mas a gente fica familiarizado com os profissionais de imprensa do rádio e da TV que “entram” em nossas casas todos os dias, confesso que fiquei impactada tanto quanto na morte do Renato Souza outro radialista de am cujo trabalho eu também apreciava. Roberto já deixou muitas saudades.