O vereador Antônio Marcos Silva, mais conhecido como Marquinhos (DEM), é um homem público diferenciado, mas na pior acepção da palavra. Sem identidade política e com atuação parlamentar pífia, restrita a intervenções pouco produtivas em plenário e ações comunitárias populistas, ele sobrevive no círculo do poder muito mais à custa de bravatas e chantagens do que por competência no exercício do mandato.
O mais recente alvo das ameaças de Marquinhos é o prefeito Edivaldo Holanda Júnior (PDT), atacado ferozmente pelo vereador na tribuna, em um discurso desconexo, marcado por sucessivos tropeços gramaticais, muito aquém da racionalidade e do bom senso. Em seu pronunciamento, o parlamentar prometeu pedir o impeachment do chefe do Executivo municipal, caso fique comprovado que ele cometeu o que no jargão político e da gestão pública é chamado de “pedalada fiscal” na contratação de um empréstimo de R$ 100 milhões junto ao Banco do Brasil.
Segundo o vereador, para aprovar o crédito, a instituição financeira exigiu da administração municipal o pagamento de uma dívida anterior, de R$ 105 milhões, referente a mensalidades atrasadas do contrato firmado com a empresa responsável pelo serviço de limpeza pública em São Luís, condição que teria sido aceita pelo prefeito.
Verdadeira ou não a versão de Marquinhos, soa estranha a postura radical do vereador, que outrora já manteve boa relação com Edivaldo Holanda Júnior, fato que levanta dúvida quanto as reais intenções do seu ataque.
Eleito duas vezes para a Câmara Municipal, com maioria de votos oriundos de bairros periféricos do pólo Turu, como Vila Luizão, Sol e Mar e Divineia, Marquinhos costuma tratar seu reduto como curral. Longe de ser unanimidade na região, ele recorre sempre ao populismo para manter a imagem de benfeitor do povo, sobretudo agora, em ano pré-eleitoral.
Mas, desta vez, Marquinhos foi longe demais, pois sua ameaça ao prefeito soa como chantagem barata.