Uma obra realizada pelo vereador Marcelo Poeta (PCdoB) às margens de uma área verde, no Anil, a poucos metros da escola Cintra, está despertando suspeita e vem sendo alvo de questionamentos da comunidade. Para indicar que no local está sendo executado o serviço, o comunista mandou instalar apenas um cavalete com seu nome e uma frase eleitoreira, sem informar qualquer detalhe da obra, como custo, prazo de conclusão, nome do engenheiro responsável e nem mesmo a fonte dos recursos.

Setores da imprensa e da blogosfera ligados ao grupo governista, do qual Marcelo Poeta faz parte, informam que na área está sendo implantada uma faixa de calçamento ao lado do Cintra, com extensão de 300 metros. A previsão é de que o serviço seja entregue já no próximo mês.

Longe de ser unanimidade no Anil, comunidade que diz ser o seu principal reduto político, Marcelo Poeta vem sendo cobrado a dar explicações sobre o serviço, uma vez que insiste em omitir informações importantes para os moradores do bairro. Os populares exigem saber, por exemplo, qual órgão está bancando a obra, bem como a identificação do engenheiro responsável pelo projeto. Nada disso foi revelado aos habitantes do bairro, até o momento, e não se sabe nem mesmo se foi expedida licença para intervenção física e estrutural no espaço público.

Nenhum órgão da Prefeitura de São Luís, muito menos do Governo do Estado, se pronunciou a respeito da obra, que segue, aparentemente, à revelia das autoridades competentes.

Autopromoção

Marcelo Poeta também é acusado de autopromover-se com recursos públicos. Internautas acusam o vereador de utilizar as obras para fins eleitoreiros. Houve ainda quem o desafiasse a prestar contas da verba, como o cidadão que se identifica como José Lourival. “O senhor tem coragem de prestar conta com a comunidade do valor investido? Porque um valor dessa magnitude era para ser revertido em grandes obras para o bairro.

Lourival revelou, inclusive, a atitude comunista de tentar intimidar uma moradora, de nome Jaqueline, ameaçando-a de processo judicial por questioná-lo em uma rede social. “Será que é porque a Jaqueline é uma pessoa de baixo poder aquisitivo e de pouca expressão?”, indagou.

A moradora em questão chama-se Jaqueline Maranhão, hostilizada por desmentir publicamente o vereador sobre a origem dos recursos para execução da obra. Ela questionou Marcelo Poeta e seus apoiadores em razão da afirmação de que todo o dinheiro investido no serviço está saindo do próprio bolso do vereador. E questionou o destino dado por ele aos R$ 354 mil referentes ao Movimento Grande Anil 2016 e aos R$ 338 mil repassados ao Movimento Grande Anil 2017. As verbas foram repassadas pelo Governo do Estado, via Secretaria de Desportos e Lazer (Sedel). “Os salários das pessoas que trabalharam no movimento nem sequer foram pagos”, denunciou, acusando, ainda, o comunista de usar indevidamente o prédio da União Recreativa e Comunitária Anilense (Ubra) como sede de uma fábrica de bloquetes que mantém no bairro.

“Pare de mentir para a comunidade anilense. Aqui não tem burro não! Você está usando dinheiro público para se autopromover”, detonou Jaqueline Maranhão.