A tempestade que desabou em São Luís na noite e madrugada passadas não castigou só os bairros periféricos, onde a população é predominantemente pobre. Áreas consideradas nobres também sofreram com os efeitos do temporal. O índice pluviométrico foi de 150 milímetros em apenas três horas, três vezes mais do que a quantidade de chuva considerada normal.
O dono de uma loja de roupas e móveis requintados situada na Rua dos Azulões, no Renascença, amanheceu contabilizando os prejuízos. A água invadiu o estabelecimento, sujou vestidos de noivas, ternos, calças e molhou móveis. Alguns chegaram a ser revirados, tamanha a força da enxurrada.
No Jardim Eldorado, bairro de classe alta vizinho ao Turu, os moradores de um condomínio de casas de alto padrão viveram momentos de pânico. Com a rua totalmente inundada, a torrente derrubou o portão frontal do imóvel e deixou um rastro de sujeira e destruição na área externa. A piscina ficou cheia de lama. A água chegou a invadir cômodos internos de alguns imóveis.
Atípica para o período, a forte chuva foi um fenômeno democrático, pois afetou ricos e pobres. Além disso, voltou a evidenciar a vulnerabilidade da capital e dos demais municípios da região metropolitana às oscilações do clima.