Flávio Dino (PCdoB) é um dos 24 governadores signatários de uma Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF), ajuizada no Supremo Tribunal Federal (STF), que solicita ao Governo Federal a partilha de 20% da receita das contribuições sociais desvinculadas do orçamento da seguridade social por meio da Desvinculação das Receitas da União (DRU). Depois de comprometer os recursos do Fundo Estadual de Pensão e Aposentados (Fepa), reduzindo drasticamente os ativos financeiros dessa fonte, o comunista mira os cofres da União, dando a entender que está desesperado com o risco de quebradeira geral das finanças do Estado.

Se vem negando insistentemente a queda do Produto Interno Bruto (PIB) do Maranhão em seu governo e reafirmando que sob sua gestão o estado experimenta um momento de prosperidade, por que, então, o comunista parece ávido por todo e qualquer recurso que possa entrar nos cofres do governo, inclusive pela via judicial? Estaria em curso uma espécie de arranjo palaciano para tentar conter o rombo nas contas do Estado, o que comprometeria gravemente o plano de reeleição do governador?

Indícios de rombo

Indícios de crise financeira não faltam. O resultado da Pesquisa Nacional por Amostragem de Domicílio Contínua (PNAD), realizada pelo IBGE, que atesta a retração do PIB desde 2015, é apenas um dos elementos que levam à suspeita de que o alerta vermelho nas finanças do Estado está aceso.

Outra evidência é a baixa extremamente volumosa dos ativos financeiros do Fepa nos últimos anos. Se no final de 2016, o fundo tinha cerca de R$ 1,1 bilhão de saldo, reduziu a margem para R$ 665 milhões no mesmo período de 2017. E as estimativas para 2018 não são nada animadoras e indicam que o Fepa pode chegar ao fim do ano com menos de R$ 200 milhões em caixa.

Os maranhenses merecem uma explicação séria, respaldada por dados concretos e desatrelada de falatórios midiáticos em tom de deboche.