Pedreiras, a terra de João do Vale, o poeta do povo, foi agraciada com o encerramento da turnê: De Teresina a São Luis, do musical “João do Vale, o Gênio Improvável”, que já havia se apresentado nos municípios de Caxias, Codó, Coroatá, São Luís e Teresina. Pedreiras, encerrou com chave de ouro a temporada, com uma apresentação marcada pela emoção, tanto pelo público que lotou a área do Anfiteatro Dom Jacinto Brito para assistir um espetáculo memorável sobre o filho mais ilustre de Pedreiras, quanto pela emoção vivida pelos atores, por estarem pisando a terra do maior poeta popular do Maranhão.
A efervescência cultural de Pedreiras, possibilita a existência de vários redutos boêmios na cidade. Em um deles, no Canto da Ema, o elenco do musical reuniu com artistas locais para uma noite musical logo a seguir do espetáculo. No quesito boemia, vale ressaltar tembém a importância do Bar do Índio na cena cultural local, onde por muito tempo aconteceu a “Canja na Terça”, um evento que marcou época e tornou-se emblemático para a cultura local. A Canja, foi um movimento cultural que surgiu no final dos anos 90, com a finalidade de divulgar os talentos da música maranhense, em especial a pedreirense. Foi idealizada por um grupo de artistas da terra. Um palco livre para a música e poesia, desde que se seguisse os critérios determinados pelos criadores do movimento.
“A Canja” acontecia sempre às terças-feiras justamente por ser um dia logo no início da semana, logo um dos mais tranquilos, impossibilitando a frequência de muita gente. A intenção era que o evento fosse mesmo algo mais reservado, uma espécie de clube restrito para “poucos e bons”, apenas aos de fato interessados em cultura e pela boa música.
Depois, o evento migrou por um tempo para o Restaurante João do Vale, na Trizidela. O restaurante pertence à Luiza Carlos de Souza Loiola, companheira de João do Vale por 14 anos, e ao lado de quem o cantor viveu seus últimos anos de vida. Luiza além de ser uma quituteira de mão cheia ( Destaque para o seu pial frito no azeite de côco, um peixe para se comer de joelhos), gosta de falar sobre João, lembrar dos causos da época que ele era vivo, e de mostrar os álbuns de fotografia, onde estão registrados momentos em família e na companhia de amigos ilustres que o cantor colecionou ao longo da vida, como Fagner, Zé Ramalho, Chico Buarque, Amelinha e muitos outros.