A Audiência Pública sobre Feiras e Mercados, de iniciativa do vereador Cézar Bombeiro (PSD), realizada na última sexta-feira (04), no plenário da Câmara Municipal de São Luís, foi marcada por denuncias de abandono geral das feiras e mercados da cidade de São Luís. Por ocasião da abertura, o vereador Cézar Bombeiro, lamentou as ausências do Secretário Municipal de Saúde, Vigilância Sanitária, Limpeza Pública, Secretaria Municipal de Obras e Serviços Públicos (Semosp), do Ministério Público e dos administradores e responsáveis por feiras e mercados.
O vereador justificou o seu posicionamento, uma vez que esteve visitando inúmeras feiras e mercados da cidade e recebeu muitas reclamações, além de ter visto pessoalmente o abandono. Há sérios riscos de que os consumidores, ao invés de levarem para as suas casas produtos saudáveis, possam estar conduzido doenças, uma vez que a sujeira e água de esgoto convivem bem próximos. A ausência de gestores municipais foi muito comprometedor, o que ratifica o abandono denunciado pelos responsáveis por feiras e mercados, destacou o vereador Cézar Bombeiro, que ressalvou a presença do secretário Ivaldo Rodrigues, da Semapa.
Vereador Estevão Aragão foi bastante contundente
O vereador Estêvão Aragão, presente à audiência pública, fez um amplo relato da situação das feiras e mercados de São Luís e disse que se houvesse uma fiscalização séria e transparente, quase todas estariam interditadas por falta de condições mínimas de funcionamento e não estariam colocando em risco à saúde da população.
“Não há mais motivação para justificativas de que o problema é antigo, levando-se em conta que o prefeito Edivaldo Holanda Júnior se encontra no seu sexto ano de mandato. Há casos em que algumas feiras, na atual gestão, ficaram pior, e há a falta de respeito aos direitos dos consumidores e dos feirantes, que pagam as suas taxas e não conseguem melhorias”, comentou Estêvão Aragão. O vereador chegou a detalhar casos, como o mercado do Bairro de Fátima, que se houvesse um mínimo de respeito a população do bairro algum investimento já teria ocorrido.
O líder comunitário Joab Jeremias endossou as denúncias do vereador Estêvão Aragão e acrescentou que o mercado do Bairro de Fátima tornou-se criadouro de ratos, o que põe em risco a vida de consumidores e feirantes.
Servidores da Semapa vendem boxes do Mercado da Liberdade
A denúncia mais grave da audiência pública ficou por conta do feirante Orlando Egídio Silva. Depois de ter apontado inúmeras deficiências no Mercado do Bairro da Liberdade e ter apresentado sugestões para economias, inclusive de energia elétrica, afirmou que existem vários boxes fechados no mercado e vários deles estão sendo comercializados por servidores da Semapa, garantindo que tem provas do que estava afirmando em plenário.
O negócio não é feito de maneira sigilosa, mas abertamente, como uma prática normal, se colocando à disposição para fazer maiores esclarecimentos.
Ivanilde Sampaio, presidente do Sindicato dos Feirante de São Luís há vários anos, tentou, sem argumentos suficientes, questionar as denuncias feitas, mas, pela fragilidade e pelo tempo que está à frente da entidade, não conseguiu sustentar pelo menos qualquer iniciativa de luta para mudar a atual realidade.
Secretário da Semapa alegou dificuldades e falta de recursos para efetuar melhorias
O secretário municipal de Agricultura, Pesca e Abastecimento, Ivaldo Rodrigues, que poderá, dentro de poucos dias, deixar a pasta e assumir a recém-criada Secretaria Municipal da Cultura, com bastante clareza, não negou os problemas, mas registrou que em algumas feiras e mercados, dentro do possível, vem fazendo paliativos, atacando os problemas mais sérios. “Todos os problemas levantados e denunciados serão avaliados”, garantiu Ivaldo. “Vamos instaurar um procedimento dentro da Semapa para apurar a comercialização de boxes do mercado da Liberdade, com a possível participação de servidores do órgão”, anunciou.
Cézar Bombeiro e Estevão Aragão estiveram conversando ao final da audiência pública e chegaram a conclusão que os problemas levantados e denunciados na audiência pública devem ser socializados no plenário, dada a gravidade de todos eles.