Os assaltos a residências em bairros de classe média tornaram-se um dos crimes mais comuns nas estatísticas da violência em São Luís e cada vez mais têm mobilizado as forças de segurança pública. Aproveitando-se da desatenção de moradores ao entrar e sair de casa e de momentos festivos nos lares, os bandidos agem com extrema violência, até mesmo contra crianças e idosos, gerando traumas em muitas vítimas.
Casos de assaltos a residências em bairros como Maranhão Novo, Cohajap, Vinhais e Cohatrac multiplicam-se e ocupam cada vez mais espaço no noticiário da imprensa local. Nesses núcleos habitacionais, onde muitos moradores têm alto poder aquisitivo, o clima é de intranqüilidade. O simples ato de sair ou chegar em casa virou um exercício de coragem, já que os bandidos quase sempre estão à espreita, prontos para agir.
Se antes as reuniões familiares eram marcadas unicamente pela alegria, agora, esses encontros transcorrem em clima de alerta. Aniversários e outras comemorações ocorrem em ambiente de clausura, com anfitriões e convidados divididos entre prazer e receio. Portanto, as investidas de bandidos nas casas e a violência perpetrada nas ações aos poucos vão comprometendo até mesmo o convívio social.
As autoridades de segurança têm se empenhado no combate aos assaltos a residências. Várias operações já foram realizadas nos bairros com maior incidência desse tipo de ação criminosa, inclusive com o uso de carros descaracterizados. Mas devido à elevada quantidade de bandidos especializados em invadir lares, a repressão tem sido uma tarefa difícil. Como há outras modalidades de crime a combater, a polícia é obrigada a se desdobrar com seu contingente reduzido.
Para tentar dificultar as ações dos assaltantes, muitas pessoas recorrem a equipamentos de segurança, como câmeras, alarmes, sensores, cercas elétricas e outros instrumentos. A demanda crescente por esse aparato fez surgir um nicho de mercado com faturamento crescente. As opções e os recursos tecnológicos são variados, tudo com o único propósito de fazer os cidadãos se sentirem seguros.
A impunidade é outro fator a agravar a situação, já que muitos criminosos presos por assaltar residências são rapidamente soltos por ordem da Justiça. Mantê-los na cadeia, portanto, ajudaria a reduzir as estatísticas, devolvendo a tranquilidade ora quebrada. Reverter a atual situação é uma medida de extrema urgência, pois é inaceitável que cidadãos vivam aterrorizados e aprisionados dentro de suas próprias casas.
Editorial publicado nesta segunda-feira em O Estado do Maranhão