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Hoje é Dia Mundial da Água e o desabastecimento que assola centenas de bairros de São Luís não poderia passar ao largo das discussões sobre o acesso a esse recurso natural, essencial à origem e à manutenção da vida. No caso específico da capital e dos outros três municípios que integram a região metropolitana, pode-se afirmar, sem exagero, que a escassez de água resulta, em grande parte, da incompetência que impera na atual gestão estadual, que priva a população de melhorarias no sistema de abastecimento, de modo a atender toda a demanda.
A incapacidade técnica do governo Flávio Dino (PCdoB) de concluir a substituição da adutora do Sistema Italuís e inaugurar a nova tubulação é algo que salta aos olhos e deixa indignado até o mais leigo e pacato cidadão. Iniciada há mais de cinco anos, a obra, de responsabilidade da Companhia de Saneamento Ambiental (Caema), foi recebida em estágio avançado pelo atual governador e com recursos em caixa para a sua continuidade.
O comunista, em vez de priorizar a finalização dos trabalhos, a fim de levar água aos bairros onde o desabastecimento é um problema crônico e histórico, preocupou-se muito mais em perseguir os antecessores, apontando supostos vícios na execução do projeto, como se estivesse em busca de um pretexto para a sua incapacidade de realizar grandes intervenções, mesmo já tendo encontrado a maior parte do serviço feito.
Abandonada na primeira metade do governo comunista, a troca da adutora do Italuís não avançou nesse período. Os serviços só passaram a ter andamento regular ano passado, graças à pressão da parcela da imprensa que mantém postura independente em relação ao Palácio dos Leões. Não fossem as sucessivas reportagens, muitas das quais publicadas pelo jornal O Estado, a inércia governamental prevaleceria por mais tempo.
A cada abordagem da mídia não alinhada aos comunistas sobre o assunto, o governo demonstrava, de forma inequívoca, a sua incompetência para lidar com a complexa obra. Por diversas vezes, a gestão estadual se viu obrigada a reformular o prazo de entrega do serviço por não ter sido capaz de concluí-la na data que ela própria havia fixado. A substituição da adutora tornou-se um tema tão indigesto que os governistas passavam longos intervalos sem divulgar informações sobre a intervenção e só o faziam por causa da insistência de alguns meios de comunicação.
Para confirmar definitivamente sua incompetência, o governo falhou na primeira tentativa de inaugurar a nova tubulação, em dezembro do ano passado. O anúncio da data para o início da operação do sistema foi cercado por grande expectativa, com direito a chamadas exaustivas na imprensa e na blogosfera palacianas e até a interrupções programadas do abastecimento, necessárias, segundo técnicos da Caema e das empresas contratadas para realizar o serviço, para garantir o pleno funcionamento da adutora nova.
No dia marcado para o acionamento do sistema, veio a desagradável surpresa: uma peça da tubulação, em forma de “Y”, rompeu-se, inviabilizando o bombeamento da água do Rio Itapecuru pelos novos tubos. O governador Flávio Dino compareceu ao local do problema e, atônito, levantou a suspeita de sabotagem, jamais comprovada.
Após a trapalhada, restaram a frustração e o anseio de centenas de milhares de famílias por água tratada e em volume suficiente para atender, pelo menos, as necessidades básicas, agonia que perdura até hoje, sem previsão de ter fim.
Editorial publicado no jornal O Estado do Maranhão nesta quinta-feira.
Fora essa grande novela da tubulação, existem ainda os vazamentos nas tubulações nos bairros, no conjunto Bequimão, por exemplo, existe um vazamento que já dura mais de dois meses e no dia que o Bairro recebe água; dia sim, dia não, a água jorra pelo meio da rua. A incompetente CAEMA, esteve lá quebrou o asfalto e foi embora,e o problema persiste, num verdadeiro desperdício de água.