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Como se fosse sua sina, Ednaldo Neves volta a atuar como laranja na política do Maranhão, a exemplo do papel que exerceu na eleição municipal de 2012, em São Luís, quando disputou a prefeitura pelo nanico PRTB para afastar seu partido da aliança em torno de Eliziane Gama e para detonar João Castelo e Washington Luiz, principais adversários de Edvaldo Holanda Júnior, eleito em segundo turno e reeleito em 2016. Dessa vez, a missão é outra: ocupar o posto que durante três anos, dois meses e 19 dias pertence a Márcio Jerry, segundo homem mais forte do governo comunista, que certamente continuará dando as cartas, mesmo envolvido na disputa por uma vaga na Câmara Federal.
Jerry afasta-se do cargo, mas seu poder, que só não é supremo em razão do personalismo exacerbado do amigo e chefe Flávio Dino, permanece intacto. Observadores da cena política e fontes com bom trânsito em diferentes setores do Estado garantem que ele seguirá controlando a Comunicação e a Articulação Política do governo com mãos de ferro – e com sua inabilidade característica.
Ednaldo Neves será uma espécie de figurante ilustre, algo próximo a um fantoche, cuja atribuição será assinar atos pensados pela cúpula palaciana. Com autonomia zero, o novo secretário apenas guardará o lugar de Márcio Jerry, enquanto este corre atrás dos votos de que precisa para eleger-se deputado federal.
Em caso de derrota de Flávio Dino nas urnas, não está garantida sequer a permanência de Ednaldo na pasta até o fim do governo, uma vez que os comunistas precisarão de nomes de peso e plena confiança para fechar o mandato com “chave de ouro”.
Cabe ressaltar que eventuais atos de improbidade cometidos no período eleitoral e chancelados com a assinatura do novo titular da Secap o incluirão no rol de denunciados. Ainda mais se Flávio Dino não se reeleger e seu sucessor repetir as mesmas práticas adotadas pelo comunista em relação à gestão anterior.