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O governador Flávio Dino (PCdoB) rasgou elogios ao porto que está sendo construído na comunidade Cajueiro, em São Luís, ao recepcionar, nessa quinta-feira (15), comitiva de empresários chineses responsáveis pelo empreendimento, que deve gerar cerca de 4 mil empregos no Maranhão. O comunista bajulou os investidores asiáticos o quanto pode, esquecendo-se de que um dos seus primeiros atos se governo foi revogar a licença prévia emitida pela gestão anterior para a instalação do terminal.
Na tentativa de capitalizar para si uma conquista que tentou vetar, Dino agradeceu o interesse e destacou a geração de oportunidades para os maranhenses com as tratativas. “Nós estamos prosseguindo o diálogo que iniciamos com o governo Chinês, com empresários chineses visando a ampliação de investimentos para o Maranhão”, afirmou, ignorando solenemente a ordem que dera à Secretaria de Meio Ambiente (Sema), em janeiro de 2015, primeiro mês de sua gestão, para cassar a licença, com base na revogação do decreto de desapropriação do Cajueiro, assinada por ele próprio.
Provando ser mestre quando o assunto é desfaçatez, o governador comentou algumas das oportunidades já confirmadas (pelos chineses). “Estamos assistindo à confirmação do investimento no complexo portuário de São Luís. Teremos, na próxima semana, a missão atinente à siderurgia, e, dando passo a passo, com muita seriedade, temos esse ciclo de investimentos no nosso estado, que é muito importante para a geração de oportunidades de negócio para empresas maranhenses e oportunidades de emprego a milhares de pessoas”, completou.
Lance midiático e eleitoreiro
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Como parte de sua estratégia eleitoreira, o comunista tentou associar a construção do porto chinês ao suposto crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) local, alardeado aos quatro ventos pela poderosa máquina midiática palaciana após o jornal Folha de S. Paulo noticiar o feito, no mínimo, questionável no que se refere aos seus benefícios para o povo, tendo em vista os números que apontam o aumento da pobreza no Maranhão, divulgados recentemente pelo IBGE, a exemplo do que indica que o estado tem a menor renda per capita domiciliar do país.
Reforçam a desconfiança quanto ao propalado bom momento da economia maranhense o déficit primário de R$ 1,1 bilhão nas contas públicas do Maranhão, em 2017, revelado pelo jornal Valor Econômico, e a quebra do fundo de previdência dos servidores do Estado, resultados desastrosos para a economia local, denunciados, com ampla repercussão, pelo deputado estadual Adriano Sarney (PV).
Resta saber que fator levou o outrora intransigente Flávio Dino a mudar tão radicalmente de postura em relação ao empreendimento internacional atraído pelo governo anterior, ao qual se opôs ferrenhamente tão logo tomou assento no Palácio dos Leões.