Uma cena lamentável chamou a atenção durante o tradicional Desfile da Independência, realizado no início desta manhã, no Anel Viário, e não passou despercebida pelo atento jornalista Douglas Pinto, repórter da TV Mirante, e parceiro deste blog. Enquanto autoridades civis e militares assistiam à passagem das tropas muito bem acomodadas no palanque armado para abrigá-las, o público numeroso que mais uma vez prestigiou o evento se espremia ao redor de uma galeria sem tampa, exposto à contaminação por doenças e até mesmo ao risco de lesões físicas, em caso de queda no buraco.
Como se não bastasse o calor escaldante em São Luís, nesta época do ano, e o desconforto de crianças, adultos e idoso por terem que assistir ao desfile em pé ou sentado no chão, as medidas para prevenir acidentes em meio à multidão deixaram a desejar. Em vez de uma intervenção estrutural que garantisse segurança, foi oferecida proteção mínima: uma fita plástica para alertar aos desavisados sobre o perigo, facilmente rompível, em caso de empurra-empurra ou corre-corre em uma eventual situação de pânico – ou mesmo desatenção.
O descaso retrata com lamentável perfeição a triste conjuntura nacional, em que os cidadãos são massacrados por uma carga pesada de impostos, pelo caos na saúde pública, pela opressão policial e jurídica e pela corrupção na política. Tão imoral quanto é relegar ao povo condição tão humilhante em um ato cívico-militar tão significativo.
Em plena data dedicada ao patriotismo e à defesa da soberania nacional, não faltaram manifestações de desgosto. Bem assim.