O novo delegado-geral da Polícia Civil do Maranhão, Antônio Bezerra (na foto com a secretária Eurídice Vidigal), assumirá o cargo nos próximos dias com a difícil missão de administrar uma classe dividida. Se de um lado estão delegados que não esboçam críticas aos métodos de gestão da secretária, de outro tem-se um numeroso grupo de profissionais que não fazem a linha de Eurídice e não hesitam em manifestar sua insatisfação, como pôde ser comprovado no episódio que culminou na demissão do ex-delegado-geral Jefferson Portela, alvo de diversos apoios após denunciar irregularidades na aplicação de recursos da pasta.
É nesse cenário nada favorável que Bezerra terá que atuar. Será dele a missão de gerir dezenas de delegados insatisfeitos com a maneira Eurídice de administrar. Em sua árdua tarefa, certamente ele se defrontará com manifestações de descontentamento e precisará agir com habilidade para não comprometer seu trabalho ou ser visto como subserviente, convarde, desleal aos colegas ou coisas desse tipo. Mas, se aceitou o cargo em meio a tamanha turbulência é porque está disposto a arcar com o ônus de sua atitude.
Em 26 anos de atuação na Polícia Civil, é provável que Antônio Bezerra ainda não tenha se envolvido em situação tão delicada quanto à que viverá em breve. No exercício do cargo, o novo delegado-geral terá acesso a uma infinidade de informações, muitas das quais relacionadas à aplicação de recursos e outras medidas administrativas da área da segurança.
Levando-se em conta que o governador Jackson Lago preferiu demitir o autor das denúncias a cobrar explicações da secretária por gastos tão suspeitos, a tendência é que não haja mudança na forma de aplicação de recursos. Portanto, Bezerra terá que se adaptar ao modus operandi vigente se quiser ter longevidade no cargo.
Ao ser indicado pelo governador Jackson Lago para substituir Jefferson Portela, Bezerra se disse surpreso e honrado. Como os métodos de Eurídice na gestão da pasta já são do seu conhecimento, resta saber se, mesmo ciente de gastos tão nebulosos, ele manterá o orgulho ou, desiludido, perceberá a desonra que é compactuar com tamanha derrama de recursos públicos.
ALGUMAS CONSIDERAÇÕES SOBRE O CASO “EURÍDICE – JEFFERSON”:
1ª – É óbvio que o Governador tinha que prestigiar a autoridade maior, como o fez. Jefferson Portela era subalterno, e não agiu com decência nem tampouco com lealdade. Por que? Se tivesse convicção de que havia algo de errado na SESEC, deveria ter procurado EM PRIMEIRO LUGAR aquele que nele havia confiado, ou seja, o Governador, e relatado os fatos. Se o Governador não tomasse as providências, ele DEVERIA TER ENTREGUE O CARGO e aí sim, estaria desobrigado para fazer as denúncias que quisesse. Mas, do modo desleal e afrontoso como agiu, demonstrou que só merecia mesmo o que teve: O OLHO DA RUA!
2ª – Todas as denúncias feitas pelo delegado JÁ ESTAVAM SENDO APURADAS PELO MINISTÉRIO PÚBLICO, tanto que ele (delegado) prestou depoimento a esse Órgão, e depois procurou logo quem? A IMPRENSA INIMIGA do Governador , para dar seu showzinho particular. A própria Secretária Eurídice Vidigal já havia feito a sua defesa escrita junto ao MP, e se mostrava tranqüila quanto ao resultado, certa que não fez nada de errado.
3º – Denúncia é uma coisa, FATO COMPROVADO é outra bem diferente. E não são os jornalistas, nem tampouco o Ministério Público que pode dizer com quem está a verdade. Isso compete a JUSTIÇA, e somente a ela! Portanto, ninguém pode afirmar que o Governador “escolheu o lado da corrupção”, justamente porque NINGUÉM SABE SE HOUVE OU NÃO CORRUPÇÃO! A Justiça ainda não se manifestou, e SÓ ELA é competente para tal. Dizer agora que este ou aquele é culpado, pode implicar em crime de CALÚNIA e DIFAMAÇÃO. Repito: denúncia é apenas DENÚNCIA, e não FATO COMPROVADO. Calma, meninos! Devagar com o andor que o santo é de barro!
4º – O Governador não podia agir de outra forma, sob pena de se desmoralizar. Entre uma Secretária eficiente (os númersos estão aí para quem quiser analisá-los) e um FUNCIONÁRIO SUBALTERNO rebelde (sem causa), invejoso (queria o cargo de Eurídice) e sobretudo machista e PRECONCEITUOSO (não aceitava ser comandado por uma mulher), o Governador fez o que tinha que fazer: colocou no olho da rua o delegado boquirroto!
Mais uma vez parabéns, Governador! Nós, A MAIORIA do povo maranhense, que o elegeu, estamos orgulhosos do Senhor! (JORGE DA BELIRA).
Será que mesmo após as delações existentes acerca de malversação do erário, mormente, os oriundos da Sesec, comportamentos que obstam, sobremaneira, a estruturação das policias, particulamente, a policia civil, os policiais civis ainda vão dá uma de super-servidores?
Será que os Agentes de Policia vão diligenciar sem que para isso tenham veìculos, abastecidos, à disposição das diligências?
Será que os Delegados de Polícia, ainda vão, sozinhos, respoderem por mais de uma delegacia sem receberem remuneração por isso ?
Será que os Delegados de Policia vão lutar pelo repouso semanal remunerado, já que a maioria deles, no interior, terminam por trabalharem também nos finais de semana, já que ficam, sempre, de sobreaviso, não tendo liberdade para fazer o que bem entender nesses finais de semana?
Será que a Adepol e o Sinpol não vai ingressar com uma ação judicial requerendo o pagamento da insalubridade a todos policiais, haja vista que eles desempenham suas atividades em locais fétidos?
Será que os Delegados de Policia ainda vão acumular os cargos de Escrivão de Polícia, Agentes, Carcereiros, entregadores de intimações, atendentes, peritos, já que na maioria dos interiores não há esses profissionais?