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Foi fraquíssima a participação popular durante a inauguração, no último sábado (29), da quadra esportiva “Assunção de Maria Gomes da Silva”, uma das benfeitorias realizadas pelo governo estadual na Aurora por força de um acordo judicial firmado em meio à polêmica envolvendo a instalação de uma unidade de ressocialização da Funac no bairro. Ignorada pelo povo, a comitiva do governo abreviou a cerimônia de entrega da quadra e resolveu visitar a casa de passagem de adolescentes infratores, instalada em um imóvel alugado, cujo dono é ninguém menos do que um filiado ao PCdoB, partido do governador Flávio Dino.
Insatisfeita com o veto ao nome “Praça da Resistência”, com o qual pretendia batizar outro logradouro reformado na Aurora pelo Estado, a comunidade esvaziou o ato e decidiu marcar para o próximo dia 12 a solenidade de inauguração do espaço, que receberá não só o nome escolhido pelos moradores, mas também um busto para simbolizar a mobilização popular contra o que chamou de abuso de poder perpetrado pelos comunistas.
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Presentes à inauguração, os secretários Francisco Gonçalves (Direitos Humanos e Participação Popular), Márcio Jardim (Desportos e Lazer), a presidente da Funac, Elisângela Cardoso, o deputado estadual Bira do Pindaré (PSB), o vereador Honorato Fernandes (PT) e demais membros da comitiva tiveram uma recepção fria da comunidade. Poucos foram os moradores que prestigiaram a cerimônia, cuja ausência mais sentida foi a de Flávio Dino, que não deve ter sentido clima favorável para ficar cara a cara com o povo que tanto o criticou, meses atrás.
Visita ao aluguel camarada
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Frustrada com tanta indiferença popular, a comitiva palaciana abreviou a solenidade e partiu para uma visita à unidade da Funac. O acesso ao prédio foi restrito às autoridades, que cumprimentaram a direção da casa e improvisaram uma inspeção. Uma foto postada no Instagram por Honorato Fernandes mostra ele e Francisco Gonçalves sentados à mesa. Enquanto o secretário descasca com as mãos um fruto que parece ser uma tangerina, o vereador enche um copo com um suco de cor amarela, possivelmente maracujá, para aplacar não só o calor, mas também o nervosismo, tamanha a tensão que marcou a agenda na Aurora.
Outra postura
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Outrora defensora ferrenha dos interesses da comunidade, a ex-vereadora Rose Sales também integrou a comitiva oficial. Visivelmente mais comedida do que na época em que chegou a chamar o governador de “arrogante” e “prepotente” por querer instalar a unidade da Funac no bairro contra a vontade dos moradores, ela tentou atuar como interlocutora, mas o máximo que mereceu foram olhares de reprovação pela mudança de postura.
O ato marcado para o próximo dia 12, que terá como principal marca a manifestação legítima e espontânea da comunidade, promete ser muito mais interessante do que o envio da missão palaciana para entregar obras executadas na base da pressão.
Ou está delirando, ou teu informante mentiu para ti , blogueiro.