A ex-prefeita de Lago da Pedra e ex-deputada estadual Maura Jorge tem demonstrado, nos últimos dias, que está mesmo disposta a disputar a eleição ao governo em 2018 pelo Partido Trabalhista Nacional (PTN), ao qual filiou-se recentemente, com as bênçãos do deputado federal Aluísio Mendes (PTN). Enquanto Maura fortalece a pré-candidatura ao Palácio dos Leões, o genro Neto Evangelista, secretário de Estado de Desenvolvimento Social, enaltece a figura do governador Flávio Dino (PCdoB), em postagem em rede sociais e em viagens na companhia do chefe, Maranhão afora.
Na contramão dos movimentos da sogra, que estrelou inserção do PTN no último domingo, na qual diz nunca ter fugido a um desafio, fez um breve retrospecto da sua carreira política e não deixou dúvidas quanto ao projeto de poder que acalenta, Neto Evangelista exibe total entusiasmo nas aparições ao lado do governador comunista.
Exemplos da idolatria do genro de Maura Jorge a Flávio Dino não faltam. Um dos mais recentes ocorreu semana passada, em Jenipapo dos Vieiras, quando ele e o governador inauguraram e anunciaram obras no município. No palanque, de microfone em punho, o secretário fez questão de manifestar toda a sua devoção ao chefe, que recebeu os afagos com ar de altivez.
Outro gesto de Neto Evangelista deixou evidente que suas relações familiares em nada interferem em sua vida pública. Ao postar, ontem, um mosaico de fotos no Instagram, na companhia do filho, ele escolheu como imagem central uma em que aparece, ao fundo, um quadro com a foto de Flávio Dino, algo que certamente vai além da simples coincidência.
Diferente do marido da sua filha Thayanne, Maura Jorge nutre notória antipatia por Flávio Dino, com quem já protagonizou um embate público, em pleno palanque, durante um ato político, em Lago da Pedra, em novembro de 2015. Na ocasião, o comunista impediu a então prefeita de usar o microfone em um evento do governo no município. Revoltada com a censura, Maura não escondeu sua indignação enquanto Dino discursava.
Momentos depois, Maura Jorge subiu em um trio elétrico para se manifestar ao povo sobre o desconcertante episódio. Segundo ela, Flávio Dino deu ouvidos a uma minoria que não tem votos, o que o levou a negar-lhe a palavra durante o evento. Ciente do hábito do comunista de perseguir quem o contraria, ela disse esperar que o genro não sofresse retaliação por causa atitude dela. “Eu respondo pelos meus atos”, bradou.
Traumas à parte, Neto Evangelista parece muito bem resolvido quanto ao caminho que seguirá na sucessão estadual, ano que vem. Salvo algum fato novo que o faça pender para o lado familiar.