Familiares do cabo Júlio César da Luz Pereira e do soldado Carlos Alberto Constantino Sousa, desaparecidos desde novembro do no passado, em Buriticupu, chegaram hoje a São Luís para cobrar das autoridades a elucidação do caso. De início, vão pedir apoio à Assembleia Legislativa, mas, se o apelo não surtir efeito, eles prometem ir ao Palácio dos Leões reivindicar diretamente ao governador Flávio Dino (PCdoB) empenho nas investigações.
O cabo Júlio César e o soldado Carlos Alberto foram vistos pela última vez no dia 17 de novembro do ano passado. Enquanto não foi cobrado publicamente, o governo, mais precisamente a Secretaria de Segurança Pública, manteve postura omissa em relação ao sumiço dos dois PMs, algo sem precedente na história do estado.
Desembarcaram na capital, por volta das 8h desta quarta-feira, as mães, os irmãos, as esposas e filhos dos militares. Todos vestiam camisetas com as fotos dos dois entes queridos, confeccionadas especialmente para a viagem à capital, como forma de sensibilizar os governantes a se mobilizar pelo esclarecimento do fato.
O primeiro destino do grupo foi a Assembleia Legislativa, onde mais uma vez relataram o drama aos deputados Sousa Neto (Pros) e Cabo Campos (DEM). Os parentes dos policiais também agendaram audiência com representantes da Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil, seccional Maranhão (OAB-MA).
Palácio
O périplo dos familiares dos PMs deve incluir uma audiência no Palácio dos Leões, de preferência com o governador Flávio Dino (PCdoB), de quem cobrarão a elucidação do caso, com a devida punição dos culpados. Eles acusam o Estado de se valer do segredo de Justiça decretado em relação ao crime para negligenciar as investigações. Queixam-se, ainda, que são tratados com indelicadeza quando telefonam para a SSP para se informar sobre o andamento do inquérito e exigir solução.
Requerimento
Em requerimento apresentado em 14 de dezembro do passado no plenário da Assembleia Legislativa e encaminhado ao secretário de Segurança Pública, Jefferson Portela, o deputado Sousa Neto cobrou resposta para o sumiço dos dois policiais. O parlamentar lembrou que até aquela data, nem o titular da SSP, nem o comandante-geral da Polícia Militar, coronel José Frederico Pereira, haviam prestado informações sobre a investigação do caso.
Direcionado a Jefferson Portela, o requerimento deu prazo de 10 dias para que o secretário se manifeste sobre a cobrança feita pelo parlamentar. A resposta dada pelo secretário de Segurança ao expediente formulado pelo deputado é desconhecida.