A decisão judicial que desbloqueou os bens da ex-governadora Roseana Sarney (PMDB), que haviam sido indisponibilizados no bojo da investigação da concessão indevida de créditos tributários conhecida como “Caso Sefaz”, acendeu de vez o alerta do governador Flávio Dino (PCdoB). Já em franca movimentação, de olho na reeleição, Dino chega a ter pesadelos com a possibilidade de enfrentar a peemedebista em 2018.

O desbloqueio dos bens de Roseana foi determinado pelo desembargador José de Ribamar Froz Sobrinho, que derrubou a decisão proferida pela juíza Oriana Gomes, da 8° Vara Criminal, em 1° de fevereiro deste ano. A nova vitória da peemedebista, inocentada, em novembro do ano passado, das suspeitas a ela atribuídas na Operação Lava Jato, foi recebida com extrema preocupação pelo governador e por seus aliados, visivelmente dispostos a inviabilizar uma eventual candidatura da rival ao governo, seja fomentando intrigas, seja almejando seu impedimento legal.

Com a possível adversária livre de qualquer acusação, Dino perde um trunfo importante em sua tentativa de se manter no poder. Sem condições de atribuir a ela qualquer ilícito, o comunista fica sem discurso e se vê obrigado a antecipar ainda mais a sua campanha, expondo-se ao risco de ser enquadrado pela lei eleitoral.

Ciente do cacife político que Roseana ainda detém, Flávio Dino sabe que o legado deixado pela ex-governadora está preservado em todas as regiões do estado e na memória dos maranhenses, apesar de todos os esforços comunistas para varrê-lo do mapa e das mentes dos conterrâneos.

Trata-se de um conjunto de obras e outras ações de governo difíceis de serem igualados. Em mais de dois anos de gestão, os feitos dos comunistas não são nem o esboço do trabalho executado pela antecessora em prol do povo. Incomodados, os governistas tentam desqualificar tais realizações, mas, de norte a sul do Maranhão, se deparam com o reconhecimento popular à era roseanista e com a decepção de um número crescente de pessoas que acreditaram no fiasco da mudança.

Para desespero dos comunistas, recente pesquisa encomendada pelo Palácio dos Leões ao instituto Exata apontou queda da aprovação dos maranhenses ao governo Flávio Dino. Em dois meses, a avaliação favorável ao governador caiu de 62% para 60%, resultado preocupante, motivado, sobretudo, por uma série de medidas impopulares, como o aumento de impostos, por privilégios a aliados e pelo envolvimento de membros da administração estadual em irregularidades, a exemplo do ex-secretário-adjunto de Administração Penitenciária preso em uma operação da Polícia Federal que investigou corrupção ativa, passiva, violação de sigilo funcional e outros crimes.

Diante de um cenário tão desfavorável, os comunistas já começam a antever com pavor o seu futuro político. Um medo, até agora, injustificável, já que  Roseana nem sequer confirmou que é candidata à sucessão estadual.