Fotografias obtidas com exclusividade por este blog revelam flagrantes de detentos do Complexo Penitenciário de Pedrinhas ostentando celulares e até um aparelho de TV nas celas onde cumprem suas penas. Uma das imagens contém uma mensagem postada no Facebook por um preso, ilustrada por seu rosto, dentro da cela, tendo ao fundo uma televisão que exibe um programa jornalístico policial.
Na maioria das imagens, os presos estão vestidos com o uniforme de interno fornecido pela Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap). Em uma delas, um detento aparece só, sentado junto a uma grade, manipulando um celular, de fone no ouvido. A palavra “tranquilão” escrita no rodapé da foto informa seu estado de espírito naquele momento.
Além de ostentar celulares dentro as celas, os detentos fazem gestos e exibem inscrições que identificam as facções que integram. Alguns posicionam os dedos indicadores e médio para formar um “V”. Outro faz um “L” com o polegar e um indicador. Um terceiro mostra uma placa com o número 40, a gíria “fexadão” e a sigla A.D.A., que, provavelmente, identifica um bando ou quadrilha.
As imagens deixam claro o livre acesso a detentos de Pedrinhas a telefones móveis, aparelhos de TV e outros itens proibidos pela lei penal. Detalhe: há algumas semanas, o governador Flávio Dino (PCdoB) esteve pessoalmente no complexo prisional para inaugurar uma portaria unificada, equipada com Body Scan (equipamento que captura imagens internas do corpo humano, a fim de detectar objetos ocultos que eventualmente estiverem sendo levados aos presos).
A imprensa palaciana fez alarde para anunciar a nova tecnologia, apresentada como solução definitiva para impedir a entrada de armas, drogas e celulares e chips nos presídios da capital. Espetáculo midiático à parte, o que se vê em Pedrinhas é a mesma situação de sempre: presos mantendo comunicação permanente com familiares e com seus comparsas que estão em liberdade.
Seria o tal acordo firmado entre o governo e as facções criminosas para evitar novas rebeliões com quebra-quebra, mortes de presos e todos o desgaste político causado pela instabilidade na cadeia?
Veja mais imagens da ostentação em Pedrinhas: