Brasil tem carência em gestão

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Consultor brasileiro que morou por quase 50 anos nos Estados Unidos, tendo sido reitor de universidade americana, revela que a chave para uma reviravolta no país é investir em gerenciamento

Barbosa, que é cidadão-americano e morou durante 45 anos em Washington, nos Estados Unido
Barbosa, que é cidadão-americano e morou durante 45 anos em Washington, nos Estados Unido

O Brasil enfrenta uma turbulência econômica que decorre de uma grave crise político-social. Essa crise, que desde o ano passado passou a dominar com mais intensidade os meios de comunicação, inclusive no exterior, é causada pela adoção de ideologias ultrapassadas e, principalmente, pela falta de competência dos brasileiros em gestão. É o que analisa o consultor George Barbosa, Doutor em Políticas Públicas e professor recém-associado ao quadro de docentes da Escola de Negócios Excellence (ENE), onde ministra a disciplina High Productivity Management (Gestão de Alta Produtividade).

Barbosa, que é cidadão-americano e morou durante 45 anos em Washington, nos Estados Unidos, chegou a ser reitor na Strayer University, em Maryland, e especializou-se em Planejamento e Desenvolvimento Local, Regional e Nacional, tendo adquirido vasto conhecimento, que agora divide com os maranhenses.

Segundo ele, além dos problemas de ética associados a uma ideologia antiquada, os problemas de gestão no Brasil estão ligados à falta de competência das pessoas nos níveis mais estratégicos, táticos e técnicos. “Essa falta de competência é imensa e somente será adquirida com a busca do conhecimento. Não há falta de recursos no Brasil, sem dúvida. Nós brasileiros pagamos um dos mais altos índices de impostos do mundo e, no entanto, a qualidade dos nossos serviços é uma das piores. E essa falta de competência em gestão é mais pronunciada nos níveis mais altos da administração brasileira, pública ou privada”, diz o consultor.

Capacitação – Na crítica de George Barbosa, essa falta de competência em gestão é observada, também, nas pequenas coisas, desde o funcionamento de uma agência bancária, passando por uma empresa do varejo, até o simples atendimento em um supermercado, contrastando com o que acontece em diversos países do mundo. “As pessoas carecem de uma capacitação adequada e não demonstram visão de como proceder. Se os executores tivessem um treinamento apropriado, isto seria diferente, mas o problema vem de cima. Temos dificuldades nas coisas mais simples”, afirma.

George Barbosa tem larga experiência nesse assunto. Para o Maranhão, trouxe sua contribuição como consultor e professor nos Estados Unidos, inclusive prestando serviços para outros países. Ele diz que, fundamentalmente, nenhum profissional conseguirá sobreviver sem se integrar à economia global. “Todos devem se preparar com a consciência de que mesmo as atividades econômicas locais estão interligadas por redes de produção e serviços internacionais e o fato de o profissional buscar a alta produtividade e qualidade, independente de onde ele atue”, enfatiza.

Na ENE, a convite do professor Ricardo Carreira, Barbosa comanda a disciplina Gestão de Alta Produtividade, que agrega grupos de diferentes MBAs. “O profissional deve estar sempre preparado para enfrentar as mudanças de condições nos contextos onde trabalhe. Sua inserção nesse mercado requer flexibilidade para entender como se comportar e ultrapassar as barreiras de uma economia tradicional, mais isolada, para outra mais aberta, que vai funcionar em um mercado global”, finaliza.

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