Quando o bandido leva a pior

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bandido bomRelatório divulgado ontem pela Sociedade Maranhense de Direitos Humanos (SMDH), denominado Mapa da Violência, revela o aumento significativo de mortes de bandidos em confronto com a polícia este ano em relação a 2014, na região metropolitana de São Luís. A cada dia mais audaciosos, os criminosos reagem com violência crescente à ação da polícia, mas, na grande maioria das vezes, levam a pior, para o bem da sociedade. O mapa reafirma a violência como fenômeno presente no dia a dia dos maranhenses e traz estatísticas sobre outros crimes, como homicídios, latrocínios e linchamentos.

Ano passado, 57 bandidos tombaram ao ousar enfrentar as forças de segurança em toda a Ilha. Este ano, até ontem, as ocorrências já somavam 126 na capital e nos municípios limítrofes, um aumento acima de 120%. Se em 2014, o número de policiais mortos pela bandidagem foi assustador, este ano houve a inversão, como se tivesse sido dado um comando para que o bem vencesse o mal.

Uma das modalidades de crime mais covardes, o latrocínio – roubo seguido de morte -, também registrou crescimento assustador na região metropolitana de São Luís desde o ano passado. O número de casos quase dobrou em um ano. Foram 32 ocorrências em 2014, contra 62 este ano, resultando em uma média de mais de cinco casos por mês. Diante de números tão pavorosos, os cidadãos de bem passara a viver ainda mais alarmados, cientes que estão de que é cada vez maior o número de bandidos que não se contentam apenas em roubar.

O latrocínio é um crime em que a vítima raramente tem chance de defesa. Há casos em que o autor é inexperiente e mata por susto, ao perceber algum gesto brusco da pessoa que está atacando. Em outros, a execução é motivada por reação de quem está sendo roubado. Mas há, ainda, situações em que o criminoso executa a vítima por pura perversidade. Para preocupação geral, essa última variante de roubo seguido de morte é a que mais aumenta.

À vítima cabe, portanto, manter a calma, na medida do possível, e seguir as ordens do bandido. Quaisquer movimento ou mesmo palavra mais incisivos podem desencadear uma reação áspera do criminoso, que, via de regra, está nervoso durante a abordagem. Entregar dinheiro e pertencentes é a melhor forma de salvar a vida, algo comprovado e aconselhado pelas próprias autoridades policiais.

O aumento do número de linchamentos revela a intolerância crescente da sociedade com a prática criminosa. Antes acuados pelo medo, a ponto de se fecharem em casa, os cidadãos, hoje, passaram a externar seu temor e revolta com a mesma violência que outrora os afligia apenas. Ano após ano esse fenômeno fica mais evidente. De 2013 a 2015, o número de linchamentos mais dos que duplicou no Maranhão. Este ano, foram 22 ocorrências dessa natureza no estado, com 25 mortes. Dois anos atrás, foram nove casos, com 10 mortes.

Fazer justiça com as próprias mãos não é o meio mais adequado de enfrentar a criminalidade. Para isso existem as autoridades policiais e a Justiça. Daí a necessidade de levar essas duas instituições ao funcionamento eficaz, para que a barbárie não se instale de vez.

Editorial publicado hoje em O Estado do Maranhão

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