O Sampaio Corrêa, clube de maior tradição do futebol maranhense, encerrou melancolicamente, ontem, mais uma participação em uma competição nacional. Eliminado pelo Cuiabá (MT) por humilhantes 3 x 0, o Tricolor despediu-se do Campeonato Brasileiro da Série D sem esboçar a mínima reação contra o adversário, mesmo jogando com a vantagem do empate. O fiasco do Sampaio é uma prova inconteste de quão desorganizado é o futebol local, que carece de atletas de maior qualidade e principalmente de dirigentes que planejem com inteligência a ações das equipes a cada disputa.
Antes que alguém alegue que não sou especialista em jornalismo esportivo, afirmo ser um aficionado por futebol, com larga vivência em estádios nos últimos 25 anos. Além disso, o acompanhamento diário do noticiário futebolístico e a interação permanente com colegas que atuam na crônica embasam os raros comentários que faço sobre o assunto. Portanto, como jornalista, torcedor e cidadão, sinto-me qualificado a escrever sobre o desempenho dos clubes e daqueles que os dirigem.
Voltando ao fiasco do Sampaio, alguns erros ficaram evidentes. O primeiro foi o desgaste exagerado apresentado por alguns atletas ao final de cada partida, o que levou à substituição de toda a equipe de preparação física. Como foi corrigida ainda no início da competição, essa falha não comprometeu a classificação do time para a segunda etapa da Série D, embora o tenha impedido de alcançar posição mais confortável na tabela. Mesmo enfrentando adversários muito inferiores, a Bolívia Querida não conseguiu manter a regularidade na fase inicial da competição e, na última rodada, perdeu a liderança e a vantagem de decidir em casa a vaga para as quartas de final.
Em meio à irregularidade demonstrada nos primeiros jogos, o Tricolor cometeu outro erro, dessa vez de estratégia, em sua última partida na fase de grupos. Precisando apenas de um empate contra o Trem-AP, em Macapá, para garantir a primeira posição e o direito de jogar em São Luís a segunda partida do mata-mata, o técnico Josué Teixeira escalou para o confronto um time misto, que saiu derrotado de campo e superado em pontos pelo Independente-PA. O time paraense, por sinal, demonstrou estar melhor preparado e, ao contrário da equipe maranhense, classificou-se ao vencer o Peñarol, do Amazonas.
A contratação de jogadores no meio da competição também contribuiu para o revés sampaíno. Sem ritmo, esses atletas já chegaram como titulares, mas em nada acrescentaram ao time. Que o digam o lateral Arlindo Maracanã, o meia Samir e o atacante Marcelo Soares, que mesmo não tendo jogado a primeira fase, foram escalados no time principal e tiveram desempenho abaixo da média no mata-mata contra o Cuiabá.
O presidente Sérgio Frota é, reconhecidamente, um abnegado e muito tem feito pelo Sampaio desde o início de sua gestão. Mas deve lançar um olhar mais criterioso ao decidir contratar técnico, jogadores e demais profissionais para o clube. Já classificado para a Copa do Brasil e para a Série D de 2012, o Tricolor precisa apresentar desempenho que honre a sua tradição e atenda as expectativas de sua apaixonada torcida.
Caro Daniel você escreve com muita propriedade sobre futebol, pois a sua crônica é a mais perfdeita tradução do que realmente aconteceu com o Sampaio no Campeonato Brasileiro da Série D. Concordo com você ao afirmar que o Tricolor foi eliminaldo da competição, principalmente, por falta de planejamento.
Você deveria escrever mais sobre futebol.
Abraço.
Resposta: valeu, Márcio. Vindo de você, sinto-me motivado a abordar mais o futebol, principalmente o do Maranhão.