Por decisão do juiz Luiz Gonzaga Almeida Filho, relator substituto da 4ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça, o prefeito de Anajatuba, Helder Aragão (PMDB), que estava afastado por 180 dias desde o último dia 14 sob a acusação de chefiar uma quadrilha que desviou cerca de R$ 14 milhões do Município, foi reconduzido ao cargo nesta terça-feira.
O vice-prefeito, Sydnei Pereira, foi empossado prefeitura na última sexta-feira (21), mas, com a ordem judicial, Helder reassume imediatamente o cargo para o qual foi eleito em 2012.
Coube à juíza Mirella Cezar Freitas, da comarca de Anajatuba, afastar o prefeito, com base em representação formulada pelo vice e agora adversário de Helder Aragão. As denúncias formuladas por Sydnei Pereira deram origem a um processo investigatório criminal conduzido pelo Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (Gaeco), com suporte da Polícia Federal, Controladoria Geral da União (CGU) e Tribunal de Contas da União (TCU).
O esquema montado em Anajatuba, operado por meio de fraudes em licitações, pagamentos de serviços não executados, empresas fantasmas e inexigibilidades ilegais, foi pauta de uma reportagem do quadro “Cadê o Dinheiro que estava aqui?”, do programa Fantástico, da Rede Globo.
Políticos e empresários estariam envolvidos nos desvios de recursos públicos em Anajatuba. Além do prefeito Helder Aragão, suposto cabeça, foram apontados como participantes das fraudes o ex-presidente da Assembleia Legislativa Carlos Braide e Fabiano Bezerra, proprietário de empresas fantasmas, constituídas com o único propósito de amealhar recursos de prefeituras por meios fraudulentos.