Um incêndio de graves proporções e de causa ainda desconhecida em um galpão da Suzano Celulose paralisou as operações no Porto do Itaqui. O fogo, que começou por volta das 2h da madrugada, só foi controlado após quatro horas, com auxílio das brigadas de incêndio da Vale e de outra empresa que opera na área portuária. Apesar das sérias consequências, a versão oficial minimizou o acidente, como se o Governo do Estado quisesse abafar o caso.
Em nota encaminhada à imprensa após o incêndio ter sido revelado em primeira mão pela Rádio Mirante AM, a Empresa Maranhense de Administração Portuária (Emap) divulgou informações superficiais sobre o ocorrido. O comunicado, que contém omissões e até erros de informação, reduziu para um simples foco as chamas que levaram à suspensão das operações de carga e descarga no terminal.
Um navio da empresa de logística portuária Brasil Marítima, que há dois dias descarregava fertilizantes, foi isolado porque estava muito próximo ao galpão incendiado. A Emap proibiu o acesso de operários e da diretoria local da empresa à embarcação, alegando falta de segurança. Indignada, um diretor acusou a estatal de cometer arbitrariedade e estimou que o prejuízo acumulado com a suspensão das operações ficará em torno de R$ 100 mil por dia.
A nota também diz que o Corpo de Bombeiros agiu prontamente, colocando em prática o plano de ação emergencial do Porto do Itaqui, recém criado pela nova gestão, em parceria com a corporação. A versão foi desmentida pelo delegado do Sindicato dos Conferentes e Consertadores de Cargas de São Luís e Tutóia, Tiago Haickel de Sousa, que testemunhou o incêndio e garantiu que do início das chamas até as 6h, quando deixou a área portuária, os Bombeiros ainda não haviam chegado.
A Emap encerra a nota desinformando que “a operação foi rápida e eficiente”. Zero em transparência.
Assista ao vídeo do galpão em chamas (o caminhão de combate a incêndio visto nas imagens não é do Corpo de Bombeiros, mas de uma das empresas que ajudaram a controlar o fogo):