Alimentar a utopia de um mundo melhor e mais qualidade de vida para milhares de jovens que vivem no campo. Com esse propósito e o entusiasmo de quem vê seu sonho se tornar realidade, a estudante Adriane Costa era uma das mais empolgadas na aula inaugural da licenciatura em Educação do Campo, que a Universidade Federal do Maranhão (UFMA) implantou na última terça-feira, no Campus de Bacabal, a 246 km de São Luís.
O novo curso se difere dos outros pela divisão em duas partes: tempo universidade e tempo escola comunidade. O primeiro seria o tempo que os alunos vão passar em salas de aula estudando os conceitos e teorias científicas. Enquanto o segundo é o momento em que os alunos retornam para as suas comunidades a fim de colocarem em prática o que aprenderam, mas sempre com a supervisão de um professor orientador.
O curso integra a política de qualificação docente do Governo Federal e tem como objetivo propiciar formação de nível superior para professores que atuam na educação do campo, de forma a contribuir para a melhoria de qualidade da educação no Maranhão.
Direitos garantidos
O reitor Natalino Salgado disse que a chegada desse curso é, sobretudo, o resultado da conquista dos movimentos sociais para garantir os seus direitos. E lembrou do líder camponês Manoel da Conceição, que foi agraciado pela UFMA com o título de Doutor Honoris Causa em reconhecimento à sua incansável batalha à favor dos trabalhadores rurais e dos sem terra. Salgado também se comprometeu a apoiar toda e qualquer ação necessária para o fortalecimento do curso. “A UFMA não medirá esforços para o desenvolvimento deste curso, com solidez e qualidade, de modo que Bacabal seja uma das referências em educação do campo, assim como temos trabalhado com todo afinco na interiorização das ações de nossa Universidade”, enfatizou.
Coordenadora do curso, a professora Diana Costa Diniz, também ressaltou o papel dos movimentos sociais na luta por mais educação no campo, em especial o Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra (MST) e Associação em Áreas de Assentamento do Maranhão. A nova licenciatura tem um significado importante que é o de integrar o Pronera e o Procampo, programas do governo federal desenvolvidos pela UFMA, que já atuavam em áreas rurais e de assentamento, para uma melhor educação no campo.
Membro do DCE, Henrique Carneiro, um dos coordenadores do órgão de representação estudantil da universidade, disse que com essa licenciatura a UFMA está cumprindo o seu papel social, porque “este é um programa que forma educadores para atuarem em suas próprias comunidades”. Para ele, é por esse reconhecimento dos direitos do cidadão e dos jovens que o DCE luta.
Incentivo
Em tom de incentivo, a coordenadora institucional do Pronera, Maria da Conceição Lobato Diniz, conclamou os estudantes a não desperdiçarem essa chance. “Agarrem a oportunidade e nunca desistam, porque o compromisso é com as vossas comunidades e os movimentos sociais que nunca desistiram de lutar”, lembrou.
Estavam presentes ainda na solenidade da aula inaugural a Pró-Reitora de Ensino, Isabel Ibarra Cabrera; o Diretor do Campus de Bacabal, Marcio Javan Camelo de Lima; a Diretora do Centro de Ciências Biológicas e da Saúde, Nair Portela; a Coordenadora Institucional do Pronera/UFMA, Maria da Conceição Lobato Diniz; e o Representante do Comitê Estadual da Educação do Campo, Jonas Borges.